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Durante conversa com Lula, Donald Trump dá resposta dura

6 horas atrás

O clima era de diplomacia e boas intenções, mas bastou uma pergunta para o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump sair do roteiro. Durante a cúpula da Asean, em Kuala Lumpur, na Malásia, neste domingo (26), o ex-presidente dos Estados Unidos fez um comentário inesperado sobre Jair Bolsonaro (PL) — e acabou roubando os holofotes da reunião.

Ao ser questionado por jornalistas norte-americanos sobre a condenação do ex-presidente brasileiro por tentativa de golpe de Estado, Trump respondeu de maneira enfática: “Eu sempre gostei dele. Sinto muito pelo que aconteceu com ele. Sempre achei que ele era um cara franco, mas ele passou por muita coisa, passou por muita coisa.”

A fala, ainda que breve, soou como um gesto de solidariedade a Bolsonaro — e deixou o clima no salão um tanto tenso. A relação entre Trump e o ex-mandatário brasileiro é antiga e marcada por afinidade ideológica. Ambos se apoiaram publicamente em diferentes momentos e compartilharam o discurso de contestação às urnas e desconfiança em relação às instituições democráticas.

A declaração do republicano gerou um burburinho imediato entre os jornalistas e assessores presentes. Um repórter insistiu no tema, perguntando se Trump pretendia discutir o assunto com Lula. Visivelmente incomodado, o americano respondeu de forma ríspida: “Não é da sua conta.” O tom seco surpreendeu a imprensa, e o silêncio que se seguiu foi constrangedor.

De acordo com relatos, Lula demonstrou certo desconforto diante da situação. O presidente brasileiro, que tentava manter a conversa em tom protocolar, pediu educadamente que os repórteres se retirassem da sala, alegando que era o momento de iniciar as negociações bilaterais. Fontes próximas afirmaram que a atitude foi uma tentativa de evitar um clima de confronto logo no início do encontro.

Apesar do episódio, o diálogo entre os dois líderes transcorreu em relativa cordialidade. Lula fez questão de destacar que “não há motivo para qualquer conflito entre Brasil e EUA” e reforçou que não deseja “qualquer desavença com os Estados Unidos”. A declaração foi interpretada como um recado de moderação, num momento em que o governo brasileiro busca ampliar parcerias comerciais e diplomáticas com Washington.

Trump, por sua vez, adotou um tom mais pragmático e afirmou que pretende trabalhar por acordos com o Brasil. “É uma grande honra encontrar o presidente Lula. Temos muito em comum em termos de desenvolvimento econômico e de oportunidades de cooperação”, afirmou. Ele se mostrou otimista quanto ao futuro da relação entre os dois países e disse acreditar em avanços “rápidos e produtivos”.

Ao final da reunião, Lula procurou minimizar o mal-estar inicial e afirmou que a conversa foi “positiva e respeitosa”. “Os Estados Unidos são um parceiro importante, e o diálogo é sempre o melhor caminho. As diferenças existem, mas o que importa é o que podemos construir daqui para frente”, resumiu.

Mesmo com o tom conciliador, o comentário de Trump sobre Bolsonaro acabou dominando as manchetes e reacendendo debates sobre o peso político do ex-presidente brasileiro no cenário internacional. Para muitos observadores, o episódio foi um lembrete de que, mesmo fora do poder, Bolsonaro ainda é um tema sensível — e capaz de causar constrangimentos diplomáticos em pleno palco global.


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