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Empresário é golpeado por segurança e não resiste

3 horas atrás

O empresário Paulo Vinícius dos Santos, de 35 anos, morreu na última sexta-feira (24) depois de passar quatro dias internado, vítima de uma agressão em frente à Adega Imperium, em Guarulhos (SP). O caso, registrado por câmeras de segurança, tem gerado revolta nas redes sociais e cobranças por justiça por parte da família e amigos.

Tudo começou na madrugada de segunda-feira (20). Paulo havia saído com amigos para uma choperia nas proximidades e, ao tentar retornar à adega, se envolveu em uma discussão com o segurança do local, identificado como David Ferreira, de 45 anos. O desentendimento terminou de forma trágica: um único soco no rosto fez o empresário cair desacordado entre dois carros estacionados.

As imagens são fortes. É possível ver Paulo caindo de costas e permanecendo imóvel no chão. O mais chocante, porém, vem depois: ele ficou ali, sem qualquer atendimento, por quase duas horas, até que um pedestre, ao passar pelo local, resolveu chamar os Bombeiros.

Segundo relatos da irmã, Caroline Martins, Paulo ainda se mexeu por alguns minutos após o golpe. “Se tivessem socorrido ele de imediato, talvez estivesse vivo. O que mais dói é saber que o deixaram ali, como se fosse um desconhecido”, desabafou em entrevista à TV local.

Demora no socorro e sumiço de documentos

Após a agressão, o segurança e outro homem aparecem nas câmeras arrastando Paulo até um recuo lateral. Colocaram um cone de sinalização próximo e foram embora. A cena revolta ainda mais pela frieza com que tudo aconteceu.

Quando finalmente o resgate chegou, os documentos do empresário haviam desaparecido, o que dificultou sua identificação e atrasou a comunicação com a família. O boletim de ocorrência só foi registrado depois que Caroline conseguiu as gravações de câmeras vizinhas.

A investigação está sob responsabilidade do 1º Distrito Policial de Guarulhos, conduzida pelo delegado Halisson Ideiao, que afirmou estar identificando outras pessoas que podem ter participado do episódio. O segurança envolvido foi intimado, mas não compareceu para prestar depoimento.

Hospitalização e morte

Paulo foi levado para um hospital particular, onde os exames confirmaram uma hemorragia cerebral grave. Ele passou por cirurgia, mas não resistiu e morreu na sexta-feira (24). A família realizou o velório no sábado, sob forte comoção. Amigos e parentes usaram as redes sociais para prestar homenagens e pedir justiça.

“Meu irmão era um homem trabalhador, alegre, querido por todos. Não aceitamos que a vida dele tenha sido tirada por uma discussão boba”, escreveu Caroline em uma publicação no Instagram.

Adega se pronuncia e polícia segue investigação

Em nota, a Adega Imperium lamentou o ocorrido e declarou estar colaborando com as investigações. A empresa também informou que o segurança não faz mais parte de seu quadro de funcionários.

O caso reacendeu o debate sobre violência urbana e preparo de seguranças particulares em estabelecimentos noturnos. Muitos internautas lembraram casos semelhantes, como o do jovem morto por um segurança em um bar de São Bernardo, no início do ano.

Enquanto o inquérito segue, a família de Paulo tenta lidar com o luto e a sensação de impunidade. “Ele saiu para se divertir e nunca mais voltou”, resume Caroline, com a voz embargada.

A Polícia Civil apura agora quem ajudou a mover o corpo, além de investigar o desaparecimento dos documentos e o motivo exato da agressão. O caso segue em investigação sigilosa, mas, nas ruas de Guarulhos, o sentimento é um só: indignação.


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