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Relembre o caso: Juliana Bonde cita padre Fábio de Melo em trecho provocante de sua canção

3 horas atrás

A vocalista do grupo “Bonde do Forró”, Juliana Caetano, conhecida nacionalmente pelo nome artístico Juliana Bonde, voltou a causar alvoroço nas redes sociais. Desta vez, a polêmica gira em torno do lançamento de sua nova música de trabalho, intitulada “Periquita”, que rapidamente viralizou pela letra provocante e recheada de citações a figuras públicas brasileiras. Entre os nomes mencionados estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o cantor Luan Santana, o DJ Ivis e até o padre Fábio de Melo. A canção, que mistura humor, duplo sentido e crítica social, dividiu opiniões e reacendeu o debate sobre os limites da arte e da liberdade de expressão no país.

Em tom irreverente e ousado, Juliana canta de forma direta sobre “dar ou não” sua “periquita” — uma metáfora que mistura sensualidade e ironia. Em um dos versos, ela afirma que não daria para Luan Santana, pois “ele pode não gostar de periquita”, em clara referência à especulação sobre a sexualidade do artista. Em outro trecho, ao citar DJ Ivis, envolvido em casos de agressão contra a ex-mulher, a cantora afirma que também não o escolheria, porque “ele pode bater na periquita”. Já na parte mais comentada da música, Juliana menciona Lula e Bolsonaro, dizendo que o primeiro poderia “roubá-la”, enquanto o segundo “metralhá-la”, numa crítica sarcástica ao cenário político brasileiro.

O videoclipe, divulgado nas plataformas digitais e nas redes da cantora, rapidamente alcançou milhões de visualizações, mas também gerou uma enxurrada de comentários indignados. “Meu Deus! Quantos direitos humanos a Juliana Bonde violou em 180 segundos de música?”, ironizou uma internauta no X (antigo Twitter), ecoando o sentimento de parte do público que considerou o conteúdo ofensivo e desrespeitoso. As críticas se intensificaram principalmente por envolver personalidades religiosas e políticas em contextos de conotação sexual, algo que muitos classificaram como “exagero” e “falta de respeito”.

Por outro lado, como costuma acontecer com Juliana Caetano, a polêmica parece ter impulsionado ainda mais sua popularidade. Fãs e defensores da artista apontaram que a música é uma sátira social, uma forma de usar o humor para criticar figuras poderosas e provocar reflexão. “A genialidade de ‘Quem Vai Querer a Minha Periquita?’ de Juliana Bonde é comparável ao que foi ‘No Vaseline’, do Ice Cube, na década de 90, uma música de resistência ao poder midiático e denúncia aos figurões da indústria”, escreveu um usuário nas redes, elogiando o tom provocativo da obra.

Juliana Caetano, que já é conhecida por unir sensualidade, polêmica e humor em suas produções, defende o direito de expressão artística e afirma que suas canções são uma forma de provocar o público e “falar o que muitos pensam, mas não têm coragem de dizer”. A cantora, que soma milhões de seguidores nas redes, construiu sua carreira explorando a mistura entre música, internet e entretenimento adulto, sempre caminhando na tênue linha entre o cômico e o controverso.

Especialistas em comunicação e cultura digital analisam que o caso reflete a era da viralização, em que artistas utilizam a polêmica como estratégia de marketing. Segundo o pesquisador de mídia e comportamento digital, André Vasconcelos, canções como “Periquita” são projetadas para gerar reação imediata. “O objetivo é chocar, engajar e dividir opiniões. O escândalo virou parte da promoção. Quanto mais as pessoas comentam, mais o conteúdo se espalha”, explica o especialista.

Enquanto uns pedem a retirada da música das plataformas por considerá-la ofensiva, outros defendem que se trata de uma expressão artística legítima, ainda que desconfortável. Fato é que Juliana Caetano conseguiu, mais uma vez, colocar seu nome no centro das atenções, misturando crítica, erotismo e provocação. E, entre aplausos e repúdio, a artista reafirma seu estilo irreverente e sem filtros — o mesmo que a tornou uma das figuras mais comentadas da música popular brasileira contemporânea.


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