A troca de farpas entre governo e oposição ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (27), após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) responder às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que havia afirmado que Jair Bolsonaro (PL) é “parte do passado da política brasileira”. Em entrevista à CNN Brasil, o filho do ex-presidente afirmou que, se isso fosse verdade, Lula “não teria tanto medo de enfrentá-lo nas urnas em 2026”.
A provocação veio logo depois da fala de Lula, feita durante sua passagem pela Malásia, onde se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na ocasião, o petista comentou que “rei morto, é rei posto” e que Bolsonaro “já faz parte do passado político do país”, em tom de quem quer enterrar de vez o legado bolsonarista.
Flávio, no entanto, rebateu com ironia: “Lula mente quando diz que Bolsonaro não foi assunto na reunião. Foi sim. E mais: se Bolsonaro fosse página virada, Lula não teria tanto medo de disputar as eleições contra ele em 2026”, afirmou o senador.
O parlamentar ainda criticou o resultado do encontro entre Lula e Trump, dizendo que o presidente brasileiro “saiu de mais uma conversa sem trazer absolutamente nada de bom para o Brasil”. Flávio também minimizou o entusiasmo do governo em relação à possível revisão de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. “Ele não conseguiu acabar com as tarifas nem retirar as sanções. Mais uma viagem cara e improdutiva”, disparou.
Repercussão e contexto político
As declarações vêm em um momento de forte polarização política, com as eleições de 2026 já sendo pauta constante nos bastidores de Brasília. Embora ainda faltem quase dois anos para o início da campanha, tanto aliados de Lula quanto de Bolsonaro já se movimentam estrategicamente.
Bolsonaro, que enfrenta processos no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados ao suposto plano de golpe de Estado, segue com seus direitos políticos cassados. Mesmo assim, pesquisas internas de partidos apontam que o ex-presidente ainda mantém forte influência no eleitorado conservador, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste.
Durante a reunião com Trump, Lula teria comentado sobre o julgamento do ex-presidente, afirmando que foi “muito sério, com provas contundentes”. A fala gerou críticas de aliados de Bolsonaro, que enxergam no comentário uma tentativa de interferir indiretamente na narrativa judicial e eleitoral.
Enquanto isso, o governo tenta mostrar resultados em sua política externa. Lula declarou estar confiante em um acordo rápido com os EUA para reduzir tarifas sobre produtos brasileiros, principalmente do agronegócio e da indústria automotiva. Mas, na avaliação da oposição, a visita serviu mais para “marketing internacional” do que para acordos concretos.
Estratégia eleitoral disfarçada de debate
Analistas políticos enxergam o embate entre Lula e Flávio Bolsonaro como um ensaio antecipado da disputa presidencial de 2026. Mesmo que Jair Bolsonaro ainda dependa de reviravoltas jurídicas para concorrer, o nome da família continua sendo o principal símbolo da oposição ao governo petista.
Enquanto Lula tenta consolidar sua imagem de liderança global e defensor da democracia, o clã Bolsonaro aposta no discurso de que o governo atual teme a força popular do ex-presidente.
No fim das contas, a frase de Flávio resume o tom dessa briga que promete se intensificar: “Se Bolsonaro fosse o passado, Lula já teria parado de falar dele.”
E, pelo jeito, esse passado — pelo menos na política brasileira — ainda está bem longe de ser esquecido.





















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