Em mais um de seus costumeiros surtos virtuais, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) resolveu, neste sábado (1º), mirar novamente em um dos seus alvos preferidos: o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A publicação feita no X (antigo Twitter), além de misturar acusações e insinuações sem provas, reacendeu o clima de hostilidade entre o clã Bolsonaro e o Judiciário — um embate que parece longe de esfriar.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que segue em prisão domiciliar por determinação de Moraes, insinuou que o magistrado estaria impondo censura seletiva. Carlos sugeriu que o ministro proíbe seu pai de se comunicar nas redes sociais, mas permitiria que Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, mantivesse sua conta ativa no Instagram.
Para sustentar a comparação, o vereador reproduziu manchetes de jornais sobre as restrições impostas ao ex-presidente, citando trechos da Gazeta do Povo e de O Globo. Em seguida, apresentou uma notícia do portal Metrópoles sobre o perfil de Marcinho VP, publicado em 29 de janeiro deste ano. O traficante, preso desde os anos 1990, tem um perfil no Instagram administrado por pessoas de confiança — a conta acumula mais de 160 mil seguidores, e costuma publicar textos sobre “justiça” e “liberdade”, o que, segundo autoridades, é uma forma de propaganda indireta da facção.
Carlos, como de costume, ignorou o fato de que as decisões judiciais sobre uso de redes sociais seguem critérios completamente distintos. Enquanto Bolsonaro é impedido de se comunicar para não mobilizar apoiadores ou interferir em investigações, Marcinho VP não tem acesso direto à internet — o que não torna sua conta “autorizada” pela Justiça. Mas, para o vereador, a lógica é outra: a da perseguição política.
Revolta e isolamento político
A irritação de Carlos não se limitou ao STF. Na sexta-feira (31), ele voltou a atacar aliados de seu próprio campo ideológico. Tudo porque o “Consórcio da Paz”, grupo formado por governadores de direita e liderado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), deixou o clã Bolsonaro de fora de uma importante articulação política.
O grupo, que teria como pauta fortalecer a imagem da direita no Brasil e manter relações com apoiadores de Donald Trump, não convidou nenhum dos filhos do ex-presidente para participar das discussões. A exclusão foi o estopim para mais uma das postagens enigmáticas do vereador, que escreveu:
“Aniquilar o sobrenome Bolsonaro é a ordem do sistema — e isso hoje está escancarado. Assim como imputar torturas e morte a inocentes e massacrá-los é o método escolhido para que sua voz não ecoe.”
A declaração, confusa e dramática, revela o isolamento crescente de Carlos dentro do próprio bolsonarismo. Entre aliados, há quem o considere um dos principais responsáveis pela deterioração da imagem do pai e pela dificuldade de diálogo com setores conservadores mais moderados.
Enquanto isso, nas redes, o discurso de vitimização segue firme. Para os seguidores mais fiéis, o “sistema” continua sendo o grande inimigo. Para o resto do país, a cena já soa repetitiva — um roteiro conhecido em que Carlos Bolsonaro, mais uma vez, se coloca como o paladino incompreendido de uma guerra que, na prática, parece travada apenas dentro de sua própria cabeça.





















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