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Michelle Bolsonaro manda duro recado a Lula e pega todos de surpresa: “Você fo…Ver mais

2 dias atrás

Na tarde desta quinta-feira (31), Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher, divulgou um manifesto contundente em defesa da megaoperação policial realizada no último dia 28 de outubro, que tomou conta dos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ação, considerada a mais letal da história do estado, deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais, e mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das forças de segurança.

Com o título “As mães e a (in)segurança pública”, o texto divulgado por Michelle tem um tom firme, direto e sem rodeios. Nele, a ex-primeira-dama não apenas elogia a atuação das forças policiais, como também faz duras críticas ao governo federal e, especialmente, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo nome aparece oito vezes ao longo do manifesto.

Michelle inclui o presidente brasileiro em um grupo que ela chama de “Trio da Destruição”, ao lado de Nicolás Maduro, da Venezuela, e Gustavo Petro, da Colômbia. Segundo o documento, esses líderes estariam “atuando incansavelmente para favorecer traficantes”, recusando-se inclusive a classificá-los como narcoterroristas.

“Na América do Sul, uma tríade de governantes – Maduro, Petro e Lula, o chamado Trio da Destruição – parece atuar incansavelmente para favorecer os traficantes, inclusive recusando-se a classificá-los como narcoterroristas”, diz o texto.

A nota também menciona uma declaração recente de Lula, feita durante sua visita à Indonésia, em 24 de outubro, quando o presidente comentou sobre a relação entre traficantes e usuários de drogas. Na ocasião, as falas de Lula geraram repercussão negativa, levando-o a afirmar, posteriormente, que a frase havia sido “mal colocada”. O episódio foi usado no manifesto como exemplo daquilo que o PL considera um “discurso leniente” com o crime.

O documento, que circulou amplamente nas redes sociais e foi compartilhado por diversos parlamentares ligados ao PL, reforça uma linha ideológica já conhecida do grupo bolsonarista: o apoio irrestrito às forças policiais e a defesa da atuação enérgica contra o tráfico.

Michelle Bolsonaro argumenta que os mortos durante o confronto “não eram vítimas, mas algozes”, e critica fortemente a cobertura de parte da imprensa, que, segundo ela, tenta “inverter a narrativa” ao retratar os criminosos como vítimas do Estado.

“Enfrentaram a polícia com bombas, drones e armamento pesado, mas foram derrotados porque o bem sempre prevalecerá, por mais que a imprensa tente vender a narrativa de que os narcotraficantes foram as vítimas”, afirma um dos trechos mais duros do manifesto.

A operação citada, segundo as autoridades fluminenses, teve como foco a desarticulação da estrutura do Comando Vermelho (CV), facção apontada como a principal organização criminosa atuante no estado. Foram 113 prisões, 91 fuzis apreendidos, além de toneladas de drogas e equipamentos de guerra.

A publicação de Michelle ocorre em um momento de forte polarização política no país, e o texto rapidamente gerou reações. Enquanto aliados da direita elogiaram a coragem da ex-primeira-dama em “defender os policiais e as famílias vítimas da violência”, opositores classificaram o manifesto como um “discurso político oportunista”.

De um lado, o governo federal tenta reduzir as tensões e defender uma política de segurança com ênfase em inteligência e prevenção; do outro, o bolsonarismo reforça o discurso de “lei e ordem”, transformando episódios como a operação do Alemão em bandeira política. O manifesto de Michelle, portanto, não é apenas uma nota — é mais um capítulo da disputa por narrativas em torno da segurança pública e do poder político no Brasil.


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