A quarta-feira, 29 de outubro, começou com um clima pesado em Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recém-chegado de uma viagem pela Ásia, foi surpreendido pela notícia de uma megaoperação policial no Rio de Janeiro que terminou em tragédia: 121 mortos, entre eles quatro policiais. O caso, que já é considerado o mais sangrento da história do estado, abalou o país e provocou uma resposta imediata do governo federal.
Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente ficou “estarrecido” ao ser informado sobre o número de vítimas. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa emergencial, convocada ainda pela manhã, no Palácio da Alvorada. “Foi uma ação extremamente cruenta e violenta”, afirmou o ministro, usando uma expressão rara — “cruenta” — para destacar o derramamento de sangue e a gravidade do episódio.
A operação, que tinha como alvo o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar. O governo estadual alegou que a ação visava desarticular o tráfico de armas e drogas na região, mas o resultado — dezenas de mortos e comunidades em pânico — gerou uma onda de críticas e questionamentos sobre o planejamento e a proporcionalidade do uso da força.
Durante a reunião de emergência, Lula discutiu com seus ministros medidas para conter a crise e prestar apoio às famílias das vítimas. O presidente, segundo fontes do Planalto, demonstrou “profunda consternação” e pediu que o governo federal acompanhe de perto as investigações. “Segurança pública é responsabilidade dos estados, mas a vida de cada cidadão brasileiro é responsabilidade de todos nós”, teria dito Lula, em tom firme.
Lewandowski também criticou a falta de comunicação prévia entre o governo do Rio e o Ministério da Justiça. Segundo ele, a Polícia Federal chegou a ser contatada em nível operacional, mas considerou a ação “não razoável” e incompatível com seus métodos. “Faltou diálogo. Não fomos informados oficialmente, e isso é grave”, destacou o ministro.
Com a repercussão do caso, cresceu a especulação sobre uma possível intervenção federal no Rio, nos moldes de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O ministro, no entanto, ponderou que essa é uma medida “excepcional” e que só pode ser adotada mediante pedido formal do governador Cláudio Castro (PL).
Ainda na tarde de quarta-feira, Lewandowski confirmou que se reuniria com Castro para discutir o envio de reforços da Força Nacional, vagas em presídios federais e peritos da União para auxiliar na identificação dos corpos — muitos ainda sem nome e aguardando reconhecimento no IML.
Enquanto o país tenta digerir o impacto dos números, nas redes sociais multiplicam-se relatos de moradores das comunidades afetadas, vídeos de tiroteios e pedidos de socorro. “Parece uma guerra”, desabafou uma moradora da Penha em entrevista a uma emissora local.
Entre a consternação e a cobrança por respostas, o episódio reacende o debate sobre os limites da força policial e o papel do governo federal diante da escalada da violência urbana. Lula, visivelmente abalado, encerrou a reunião com uma frase que resume o sentimento geral: “Nenhum país pode aceitar que o combate ao crime vire um campo de extermínio.”
O Rio de Janeiro amanheceu em luto — e o Brasil, mais uma vez, diante de suas feridas abertas.





















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