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Por que você não deve espremer espinhas e cravos

Esmigalhar espinhas aumenta infecção e cicatriz. Entenda por que a extração profissional (“cirurgia da acne”) é diferente, quando evitar e quais cuidados funcionam de verdade.

4 dias atrás

Espremer espinhas é tentador — sobretudo quando surge aquela pontinha branca —, mas é um hábito que machuca a pele, aumenta o risco de infecção e favorece cicatrizes. “Cirurgia da acne” (extração de cravos/comedões) é coisa diferente: trata-se de um procedimento técnico, feito por profissional treinado, com higienização, instrumentos esterilizados, pressão controlada e aplicação de antissépticos após a sessão. A indicação é individual; lesões muito inflamadas não devem ser espremidas, mesmo em cabine, porque pioram o quadro.

O que acontece quando você espreme em casa

  • Empurra bactérias e sebo para camadas mais profundas da pele, gerando inflamação maior.
  • Rompe a parede do folículo, causando marcas, manchas e cicatrizes atróficas (as “covinhas”).
  • Unhas e objetos não esterilizados contaminam a área (celulite facial, abscessos).
  • Em raríssimos casos, infecções profundas na chamada “zona de risco” do rosto (nariz e área ao redor) podem se disseminar por veias que se comunicam com estruturas intracranianas, levando a complicações graves como trombose do seio cavernoso e até meningite em pessoas vulneráveis.

Limpeza de pele profissional x “espremer em casa”

Limpeza/extração profissional (parte do protocolo que muitos chamam de “cirurgia da acne”):

  • Avalia tipo de lesão (cravos/comedões fechados e abertos, pústulas pequenas).
  • Amolece o conteúdo com emolientes e vapor/ozônio (quando indicado).
  • Usa luvas, gazes, extrator esterilizado e pressão precisa para sair “pelo caminho certo”.
  • Finaliza com antissépticos, calmantes e, se necessário, LED/alta frequência.

Espremer em casa:

  • Não há controle de assepsia, pressão é irregular, o conteúdo espalha sob a pele e a chance de piorar é alta.

O que fazer quando surge “aquela” espinha

  • Não cutuque. Lave o rosto com sabonete suave para seu tipo de pele (2×/dia).
  • Aplique secativo com peróxido de benzoíla (2,5–5%) ou ácido salicílico (0,5–2%) apenas no ponto, à noite, por alguns dias.
  • Se estiver muito inflamada e dolorida, evite extração. Procure o dermatologista; em alguns casos, uma injeção intralesional de corticoide reduz o nódulo rapidamente.
  • Protetor solar diário é obrigatório: evita que a inflamação se transforme em mancha (hiperpigmentação pós-inflamatória).

O que nunca usar

  • Receitas caseiras (pasta de dente, limão, bicarbonato, alho, álcool direto, vinagre puro).
  • Esfoliação agressiva sobre espinha ativa ou uso de agulhas/alfinetes.
  • “Unhas afiadas” para “ajudar a sair” — é convite a cicatriz.

Quando marcar consulta

  • Acne que não melhora com cuidados básicos (4–8 semanas).
  • Nódulos dolorosos, espinhas profundas e recorrentes, ou risco alto de cicatriz.
  • Lesões com piora no ciclo menstrual (pode haver componente hormonal).
  • Manchas escuras persistentes após as crises.

Sinais de alerta (procurar atendimento)

  • Vermelhidão que se espalha, calor local, dor pulsátil, febre — suspeita de infecção.
  • Inchaço importante em nariz/área central do rosto, dor intensa, mal-estar.
  • Lesões com pus que pioram apesar dos cuidados.

Rotina segura para pele acneica

  1. Limpeza suave 2×/dia (gel ou espuma).
  2. Tratamento com ativos como adapaleno/retinoides noturnos (se indicados), ácido salicílico ou azelaico; secativo apenas na lesão.
  3. Hidratação leve (gel/loção “oil free”, não comedogênica).
  4. Protetor solar FPS 30+ todo dia, acabamento matte.
  5. Sessões profissionais (quando indicadas): limpeza de pele, peelings leves, LED; sempre com avaliação dermatológica.

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