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Poucos perceberam o erro da Globo no final de Vale Tudo, que enganou o público

2 semanas atrás

A novela Vale Tudo, em seu remake de 2025, chegou ao fim na noite de 17 de outubro, mas o desfecho deixou um gosto amargo na boca do público. A Globo investiu pesado na promessa de um final surpreendente, centrado no mistério de quem matou Odete Roitman, vivida por Débora Bloch. No entanto, horas antes da exibição, o segredo foi revelado na internet: Odete não morreu, escapando viva após ser baleada por Marco Aurélio, interpretado por Alexandre Nero. O vazamento, apontado como uma falha grave da emissora, destruiu o suspense e abriu espaço para uma onda de críticas que classificaram o desfecho como uma “marmelada” para enganar o público.

O último capítulo, exibido às 21h20, tentou resgatar a essência da versão original de 1988, mas tropeçou em escolhas que irritaram os telespectadores. A cena em que Marco Aurélio faz um gesto obsceno para o Brasil, em vez do icônico tiro no ar da primeira versão, foi considerada tosca e desrespeitosa por muitos. Nas redes sociais, o público não perdoou: memes explodiram, e frases como “que mico” e “debocharam da nossa inteligência” dominaram as discussões. A expectativa de um final grandioso, com reviravoltas à altura do clássico de Gilberto Braga, foi substituída por uma sensação de decepção generalizada.

Um dos maiores alvos de crítica foi o tratamento dado à protagonista, Raquel Accioly, interpretada por Taís Araújo. Após uma trajetória de luta e superação, sua história terminou de forma apática, com um casamento com Ivan (Renato Góes) que pareceu desconexo do peso de seu arco narrativo. Fãs esperavam uma virada épica, mas Raquel praticamente sumiu do foco no desfecho, deixando a sensação de que a personagem foi subaproveitada. A autora Manuela Dias foi apontada como a principal responsável por não entregar a força emocional que a novela prometia.

Além disso, o final acumulou furos de roteiro que intensificaram a frustração. Pontas soltas, como a decisão de Fátima (Bella Campos) de abrir mão de uma pensão milionária sem explicação convincente, e erros de continuidade, como diálogos repetitivos e cenas jurídicas mal construídas, foram amplamente criticados. O público questionou como a Globo, conhecida por sua excelência técnica, deixou passar tantas falhas. A tentativa de modernizar a trama, com temas como corrupção e ambição, foi elogiada por alguns, mas não o suficiente para salvar a percepção de um desfecho mal executado.

Apesar das críticas, nem tudo foi negativo. A atuação de Débora Bloch como Odete Roitman foi um ponto alto, com muitos elogiando sua capacidade de roubar a cena mesmo em um roteiro problemático. A novela também gerou grande repercussão nas redes, mantendo a audiência alta até o fim. Ainda assim, o consenso é que o remake não honrou o legado da obra original, que marcou época por sua ousadia e impacto. A “marmelada” do final, com sua previsibilidade e execução fraca, transformou Vale Tudo em um exemplo de como expectativas altas podem desmoronar.

O caso de Vale Tudo reflete um desafio maior para a teledramaturgia brasileira: equilibrar inovação com respeito aos clássicos. Enquanto a Globo se prepara para estrear Três Graças no dia 20 de outubro, o público segue debatendo o que deu errado. O remake, embora tenha gerado memes e discussões acaloradas, deixa uma lição: nem toda releitura consegue capturar a magia do original. Para os fãs, resta a esperança de que futuras produções aprendam com esses erros e entreguem finais que respeitem a inteligência e o carinho do público.


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