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Manuela Dias se manifesta em meio às críticas ao final de Vale Tudo e explica ‘ressurreição’ de Odete Roitman

2 semanas atrás

O remake de Vale Tudo chegou ao fim reacendendo uma das maiores curiosidades da teledramaturgia brasileira: a morte de Odete Roitman. Desde o anúncio da nova versão, o público especulava se a famosa pergunta “Quem matou Odete Roitman?” teria a mesma resposta do clássico original exibido em 1988. No entanto, o que poucos esperavam era que a vilã, interpretada por Débora Bloch, não estivesse morta. O último capítulo surpreendeu a audiência ao mostrar que Odete sobreviveu ao tiro, deixando o público dividido entre o impacto da reviravolta e a insatisfação com a falta de coerência narrativa.

A sequência final revelou que Marco Aurélio havia sido o responsável por atirar em Odete, mas o mistério ganhou uma nova dimensão quando Freitas recebeu um telefonema informando que a vilã continuava viva. Em cenas inéditas, o público acompanhou o que teria ocorrido após o disparo: Odete sendo socorrida, despertando em uma ambulância do Instituto Médico Legal, passando por uma cirurgia e fugindo do país em um helicóptero. Essa escolha alterou completamente o destino da personagem mais emblemática da novela, criando uma nova camada de significado para o encerramento da história.

A decisão dividiu a opinião dos telespectadores. Muitos consideraram ousada a proposta de reviver uma personagem símbolo da vilania e da crítica social brasileira, enquanto outros viram na reviravolta uma quebra de lógica que enfraqueceu o impacto do enredo. Nas redes sociais, expressões como “ressurreição forçada” e “final sem sentido” se multiplicaram, mostrando o quanto a trama mobilizou o público. Ainda assim, o remake consolidou a força de Vale Tudo como um fenômeno cultural atemporal, capaz de provocar debates intensos mesmo décadas após sua primeira exibição.

Diante da repercussão, a autora Manuela Dias decidiu se pronunciar publicamente sobre a polêmica. Em uma publicação nas redes sociais, ela explicou as razões que a levaram a escolher esse desfecho inesperado. “A diva é imortal! Escrevi esse final há dois meses. Uma operação de Luciana Monteiro e Paulo Silvestrini, que conseguiram driblar o vazamento”, afirmou. A autora destacou que o objetivo era homenagear a força simbólica de Odete Roitman e a relevância que a personagem ainda possui no imaginário popular. Segundo Manuela, a “ressurreição” da vilã representaria o poder de figuras que transcendem o tempo e se tornam mitos da televisão.

A autora também ressaltou que manter o segredo até o último bloco foi um dos maiores desafios da produção. Em tempos de spoilers e vazamentos, conseguir preservar o mistério até o fim foi considerado um feito notável. O público só descobriu a verdade nos minutos finais, quando o telefonema de Freitas revelou que Odete estava viva. O impacto imediato tomou conta das redes sociais, com milhares de comentários, memes e debates sobre o significado do final. Para Manuela, essa reação foi a prova de que a novela cumpriu seu papel: provocar, emocionar e manter a tradição de fazer o Brasil inteiro discutir um mesmo assunto.

Apesar da explicação da autora, parte da audiência demonstrou frustração. Muitos espectadores apontaram que a reviravolta comprometeu o sentido da história, já que a morte de Odete era o grande marco da versão original. Para esses críticos, a decisão de trazê-la de volta teria transformado uma tragédia emblemática em um artifício de roteiro. Outros, no entanto, elogiaram a ousadia da autora em reinventar o clássico, defendendo que a televisão precisa arriscar para se manter relevante em um cenário cada vez mais competitivo.

A escolha também gerou reflexões sobre o papel dos remakes na televisão brasileira. Enquanto alguns defendem que novas versões devem se manter fiéis às originais, outros acreditam que é preciso oferecer algo novo para justificar sua existência. Manuela Dias parece ter apostado na segunda opção, propondo uma leitura contemporânea de Vale Tudo. Ao trazer Odete de volta à vida, ela atualizou a metáfora da corrupção, do poder e da impunidade, sugerindo que certos tipos de maldade nunca desaparecem completamente da sociedade.

O impacto do final ultrapassou a televisão e alcançou o ambiente digital, onde fãs e críticos analisaram cada detalhe da última cena. Sites especializados destacaram o tom simbólico da fuga de Odete em um helicóptero, vista como uma metáfora para o retorno cíclico da ambição e da manipulação nas estruturas de poder. A imagem da vilã olhando pela janela, enquanto o helicóptero se afasta, foi interpretada como uma ironia à própria ideia de justiça — algo que Vale Tudo sempre questionou desde sua origem.

Mesmo com as divergências, o remake foi um sucesso de audiência e consolidou Débora Bloch como uma das grandes atrizes de sua geração. Sua interpretação de Odete Roitman foi elogiada por manter a essência fria e calculista da personagem, ao mesmo tempo em que trouxe uma modernidade necessária para o público atual. Manuela Dias, por sua vez, reforçou sua reputação como autora ousada, disposta a romper com fórmulas previsíveis e desafiar as expectativas do público.

O final de Vale Tudo em 2025 reafirmou a vitalidade da teledramaturgia brasileira e a capacidade da Globo de revisitar seus clássicos com novos olhares. A “ressurreição” de Odete Roitman, ainda que polêmica, garantiu que o nome da personagem voltasse a ocupar o centro das discussões culturais, mostrando que algumas figuras são realmente imortais. Assim, o remake encerrou sua trajetória como um evento que dividiu opiniões, mas que, indiscutivelmente, reavivou o fascínio do país por uma das maiores vilãs da história da televisão.


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