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Sogra revela qual era o último desejo de jovem que morreu baleada no RJ

9 horas atrás

O Rio de Janeiro amanheceu mais uma vez em luto e indignação. Na sexta-feira, 31 de outubro, a bancária Bárbara Elisa Yabeta Borges, de apenas 28 anos, teve seu sonho interrompido de forma brutal. Ela foi atingida por um tiro de fuzil na cabeça enquanto voltava para casa em um carro de aplicativo, na Linha Amarela, uma das principais vias expressas da capital fluminense.

A tragédia ocorreu na altura da Vila do Pinheiro, região próxima ao Complexo da Maré, zona norte do Rio. Bárbara estava voltando da Ilha do Governador, onde havia almoçado com a mãe, quando acabou sendo vítima de um tiroteio. O motorista do carro relatou ter ouvido disparos e, logo em seguida, percebeu que a passageira havia sido atingida.

“É uma coisa que a gente acha que não tá vivendo”

Na manhã do dia seguinte, 1º de novembro, a sogra da jovem, Andreia Assis, falou à TV Globo, visivelmente abalada, em frente ao Instituto Médico-Legal (IML):

“É uma coisa que a gente acha que não tá vivendo”, disse, sem conseguir conter as lágrimas.

Andreia também revelou detalhes que tornaram a perda ainda mais dolorosa. Bárbara, recém-promovida no banco onde trabalhava, estava vivendo uma das melhores fases da vida. Tinha planos de engravidar em 2026 e já havia até parado o uso de anticoncepcionais.

“Ela falou pra mim: ‘Sogra, tirei o chip. Vou te dar seu netinho’”, contou Andreia, emocionada.

Descrita pela família como “excepcional, responsável e trabalhadora”, Bárbara era vista como um exemplo entre os colegas e amigos. O marido, desesperado com a demora da esposa, tentou rastrear o celular dela e acabou descobrindo que o aparelho estava no Hospital Federal de Bonsucesso — foi assim que soube da tragédia. Nenhum comunicado oficial havia sido feito à família até aquele momento.

Violência sem trégua

A morte da jovem bancária acontece poucos dias após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou 121 mortos e reacendeu o debate sobre a crise de segurança pública no Rio. O clima na cidade é de tensão.

Moradores relataram intensos tiroteios e correria na região da Maré na tarde do crime. Nas redes sociais, o caso gerou grande comoção, com muitos internautas questionando como uma mulher voltando do trabalho pode perder a vida dessa forma em plena luz do dia.

A Polícia Civil está investigando o caso. Um fuzil foi apreendido na ação, mas ainda não há confirmação sobre de onde partiu o disparo que matou Bárbara. O corpo da bancária deve ser liberado nas próximas horas, e o velório deve acontecer ainda neste fim de semana, reunindo familiares e amigos inconformados com a perda.

Uma história interrompida

Bárbara representava o sonho de milhares de jovens brasileiros: trabalhar, crescer na carreira, construir uma família. Tudo isso foi arrancado em segundos, no trânsito de uma cidade que convive diariamente com o medo.

O caso, mais do que um número em estatísticas, é um grito por mudanças. Porque cada vida perdida — especialmente de quem só queria viver em paz — é um lembrete cruel de que o Rio de Janeiro segue refém da violência.

Nas palavras da sogra, que ecoam como um lamento e um apelo:

“Ela era uma menina de luz. Só queria ser feliz.”
 


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