Menu

O real motivo que fez William Bonner pedir para sair do ‘Jornal Nacional

1 dia atrás

Depois de quase três décadas à frente do Jornal Nacional, William Bonner se despediu oficialmente da bancada nesta sexta-feira, 31 de outubro de 2025. A edição do telejornal foi marcada por forte emoção e por um discurso de despedida em que o jornalista revelou que vinha planejando sua saída havia cinco anos. Durante o pronunciamento, ele lembrou o momento em que decidiu que era hora de encerrar o ciclo, explicando que buscava mais tempo para realizar atividades pessoais e profissionais diferentes das que vinha desempenhando diariamente no comando do principal noticiário do país.

Bonner contou que a decisão amadureceu ao longo dos últimos anos, especialmente depois da pandemia, quando percebeu que sua rotina não permitia espaço para outras experiências. “Cinco anos se passaram, o ciclo foi concluído e hoje, dois meses depois do anúncio feito no aniversário do JN, estou concluindo esse ciclo”, declarou, em tom emocionado. O apresentador explicou que o motivo principal para deixar o programa foi a necessidade de equilibrar a vida pessoal e profissional, algo que, segundo ele, se tornou cada vez mais difícil diante das exigências do noticiário ao vivo.

Durante a despedida, William Bonner também revelou o novo caminho que seguirá dentro da Rede Globo. Ele confirmou que assumirá o comando do Globo Repórter ao lado de Sandra Annenberg, sua antiga parceira de bancada no próprio Jornal Nacional. Segundo o jornalista, a transição para o programa semanal representa uma maneira de continuar exercendo o jornalismo, mas em um ritmo mais tranquilo. Ele afirmou que trabalhar com reportagens de atualidades, que não precisam ser transmitidas imediatamente, permitirá que tenha uma rotina menos intensa e mais leve. “A vida fica mais suave”, disse com um sorriso discreto.

No momento da transição, Bonner recebeu no estúdio César Tralli, que será o novo âncora do Jornal Nacional a partir da próxima semana. Ele aproveitou a ocasião para desejar sorte ao colega e para expressar gratidão pelos anos vividos dentro da emissora. “Eu sou um cara de muita sorte. Trabalhei com pessoas muito corretas e tive em minha companhia grandes profissionais”, afirmou. Dirigindo-se a Tralli, fez uma observação bem-humorada, mas cheia de significado: “Nunca mais, na sua vida, você passará despercebido nesse país. Onde quer que você esteja.”

Renata Vasconcellos, parceira de Bonner na apresentação do JN nos últimos onze anos, também se emocionou ao se despedir. Antes do encerramento, ela agradeceu pelo aprendizado e pela convivência com o colega, destacando a ética e a dedicação dele ao longo do tempo em que trabalharam juntos. “Nós passamos por muita coisa, né? Com você, eu aprendi o melhor da técnica e vi o que é um compromisso com a ética do trabalho e a sua coragem”, afirmou Renata, com a voz embargada. O gesto reforçou o vínculo profissional e pessoal construído entre os dois ao longo de mais de uma década de parceria.

O clima no estúdio foi de comoção, e as redes sociais rapidamente repercutiram o momento histórico. Milhares de telespectadores e colegas de profissão manifestaram carinho e admiração por Bonner, reconhecendo sua importância na história do telejornalismo brasileiro. A despedida, transmitida ao vivo, registrou altos índices de audiência e gerou uma onda de homenagens, com mensagens que destacavam a credibilidade e o profissionalismo do jornalista. Muitos internautas relembraram coberturas marcantes feitas por ele, desde eventos políticos até tragédias e momentos decisivos da história recente do país.

Em seu discurso final, Bonner mostrou serenidade e gratidão. Disse que se sentia realizado e orgulhoso por ter participado da trajetória do Jornal Nacional, um programa que marcou gerações. Ele afirmou que se despede com a consciência tranquila de ter dado o melhor de si e de ter honrado o compromisso com o público. “Esse é o meu último boa noite pelo Jornal Nacional. A gente se vê, muito obrigado”, encerrou, repetindo a tradicional saudação que se tornou sua marca registrada. O estúdio foi tomado por aplausos, e Renata Vasconcellos, emocionada, retribuiu o gesto com um sorriso de reconhecimento.

A saída de William Bonner encerra uma era na televisão brasileira. Desde 1996, ele esteve no comando do telejornal mais assistido do país, sendo uma das vozes mais respeitadas e reconhecidas do jornalismo nacional. Durante esse período, enfrentou desafios complexos, como crises políticas, escândalos, catástrofes naturais e a pandemia da Covid-19, sempre mantendo uma postura firme e equilibrada diante das câmeras. Seu legado inclui a consolidação do padrão de credibilidade do Jornal Nacional, símbolo da informação precisa e do compromisso com a verdade.

Ao longo de sua trajetória, Bonner construiu uma relação de confiança com o público, tornando-se um dos jornalistas mais influentes do país. Sua saída do JN, embora aguardada, gerou uma mistura de nostalgia e respeito. Para muitos telespectadores, a imagem do apresentador se confunde com a própria história do telejornal. No entanto, o jornalista deixa claro que não está se afastando da profissão, apenas iniciando uma nova fase, dedicada a um formato que permite mais reflexão e profundidade nas reportagens.

O encerramento de sua participação no Jornal Nacional simboliza não apenas o fim de um ciclo, mas também a renovação dentro da emissora. César Tralli, que assume a bancada, representa uma nova geração de jornalistas que seguirão o legado de credibilidade construído por Bonner e seus antecessores. A despedida foi marcada pela emoção, pela gratidão e pela sensação de que, mesmo fora da bancada, William Bonner continuará sendo uma das vozes mais respeitadas e queridas do jornalismo brasileiro, deixando uma marca profunda e duradoura na história da televisão do país.


CONTINUAR LENDO →