Passageira perde a vida em tiroteio na Linha Amarela e causa comoção no Rio

Uma tarde de sexta-feira terminou em tragédia na Linha Amarela, uma das principais vias expressas do Rio de Janeiro. Bárbara Elisa Yabeta Borges, passageira de um carro de aplicativo, foi baleada na cabeça durante um tiroteio e não resistiu aos ferimentos. A vítima estava a caminho do Cachambi, partindo da Ilha do Governador, quando o veículo em que estava foi atingido por disparos. O motorista, em choque, contou que ouviu o som dos tiros e percebeu que sua passageira havia sido ferida no banco traseiro.

Bárbara chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Geral de Bonsucesso, mas infelizmente morreu pouco tempo depois. Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a perda e relembraram a última publicação da jovem, feita poucas horas antes do ocorrido, em que escreveu: “Coisas que perdemos, a gente recupera, mas pessoas, não.” A frase, carregada de significado, ganhou dimensão trágica diante do destino inesperado.

Segundo informações da Polícia Militar, o tiroteio ocorreu nas proximidades da Rua Praia de Inhaúma, próximo ao Morro do Timbau, na região da Maré. A corporação informou que houve confronto entre criminosos de facções rivais, o que provocou pânico entre motoristas e pedestres. Um homem, que segundo os policiais estava portando um fuzil, também foi baleado e ficou ferido na pista. Ele foi socorrido e levado ao mesmo hospital que Bárbara.

Um vídeo gravado por moradores mostra o momento em que o homem cai no chão após ser atingido. As imagens também revelam o caos na via, com veículos parados, pessoas se abrigando e um blindado da Polícia Militar se aproximando do local. Por segurança, a Linha Amarela foi interditada por alguns minutos, o que gerou grande congestionamento nos dois sentidos da pista.

A concessionária Lamsa, responsável pela via, informou que a interdição ocorreu por volta das 14h30 e o trânsito foi liberado pouco tempo depois. Ainda assim, o impacto no tráfego se estendeu pela tarde. No sentido Fundão, o congestionamento se formou entre as saídas 8 e 9, e, no sentido Barra, o fluxo ficou lento por causa do número de veículos que se acumulou na região de Bonsucesso.

De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, equipes do 22º BPM (Maré) foram acionadas após relatos de disparos na região. O comando da unidade relatou que os agentes encontraram duas pessoas feridas dentro de um carro e apreenderam um fuzil no local do confronto. O policiamento foi reforçado em toda a área, e novas viaturas foram enviadas para garantir a segurança de quem passava pela via.

Em nota, a Polícia Civil informou que agentes da 21ª DP (Bonsucesso) estiveram no local para realizar a perícia e iniciar as investigações. O objetivo é identificar de onde partiram os disparos que atingiram a vítima e apurar a responsabilidade pelo tiroteio. A corporação também analisará as imagens registradas por câmeras de segurança instaladas ao longo da Linha Amarela.

A morte de Bárbara causou comoção nas redes sociais, principalmente entre amigos e conhecidos, que a descreveram como uma pessoa alegre, dedicada e cheia de planos para o futuro. A tragédia reacendeu o debate sobre a insegurança na cidade e o impacto da violência em quem apenas tenta seguir sua rotina. Muitos internautas lamentaram que mais uma vida tenha sido interrompida em meio a um confronto armado.

O caso também reforça as preocupações com o uso de armamento pesado nas ruas do Rio de Janeiro, que frequentemente transforma áreas urbanas em zonas de risco para moradores e motoristas. A presença de criminosos fortemente armados e os confrontos recorrentes entre facções e forças de segurança continuam a colocar em perigo a população civil, que se vê exposta a situações de extremo perigo.

Enquanto as autoridades seguem com as investigações, a lembrança de Bárbara permanece como um símbolo das vítimas inocentes da violência urbana. Sua morte evidencia a fragilidade da vida diante de uma realidade marcada por confrontos e insegurança. Para familiares e amigos, fica a saudade e a esperança de que sua história sirva de alerta para que tragédias como essa não se repitam.