A morte de Penélope, conhecida como “Japinha do CV”, ocorreu durante uma das maiores operações policiais já realizadas no Rio de Janeiro, a chamada Operação Contenção, que resultou em 121 mortes nos complexos do Alemão e da Penha. Integrante do Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais antigas e poderosas do país, Penélope ficou conhecida nas redes sociais por exibir armas de grosso calibre e ostentar uma vida ligada ao tráfico. A jovem, apelidada de “musa do crime”, estava na linha de frente do confronto com a polícia quando foi atingida por um disparo de fuzil no rosto, que a matou instantaneamente.
Momentos antes de morrer, ela ainda trocou mensagens com uma amiga por meio do WhatsApp, revelando o clima tenso do cerco policial. Segundo o relato, Penélope fez uma chamada de vídeo de três minutos na manhã de terça-feira, em meio aos disparos que ecoavam nas comunidades. Na conversa, ela avisou que os policiais estavam muito próximos e que o tiroteio era intenso. Suas últimas palavras foram marcadas pelo desespero e pela sensação de cerco iminente: “A bala tá comendo. Helicóptero tá aqui rodando”. Apesar dos pedidos da amiga para que ela se protegesse e ficasse parada, a situação fugiu de controle.
As imagens divulgadas após a operação mostram Penélope vestindo roupa camuflada e um colete tático, com compartimentos para carregadores de fuzil. O retrato de sua morte chocou tanto pela brutalidade quanto pelo simbolismo: uma jovem envolvida profundamente com o tráfico, que transformou o crime em parte de sua identidade pública. Nas redes sociais, ela costumava publicar fotos com armas e frases desafiadoras, projetando uma imagem de poder e coragem, ao mesmo tempo em que reforçava a cultura da violência presente nas favelas dominadas por facções.
Segundo informações do portal Metrópoles, a “Japinha do CV” tinha papel estratégico dentro da organização criminosa. Ela era responsável por proteger rotas de fuga e pontos de venda de drogas, garantindo o funcionamento das operações do Comando Vermelho nas comunidades. Essa função a colocava em contato direto com as lideranças da facção, tornando-se uma figura conhecida entre os integrantes e temida pelas forças de segurança. Penélope era, portanto, mais do que uma simples “simpatizante” do crime: fazia parte do núcleo operacional e estratégico da organização.
Sua execução durante a megaoperação gerou intensa repercussão nas redes sociais. Muitos usuários lamentaram a morte, exaltando sua beleza e inteligência, enquanto outros criticaram o romantismo em torno de uma pessoa envolvida com o tráfico de drogas. A dualidade das reações mostra como a figura de Penélope se tornou um símbolo da mistura entre glamour e violência que permeia parte da juventude das favelas cariocas. Ao mesmo tempo em que inspirava seguidores, sua vida era marcada por riscos constantes e pela proximidade inevitável da morte.
A irmã de Penélope se manifestou após o ocorrido, pedindo respeito e solicitando que as pessoas parassem de compartilhar as imagens do corpo da jovem, que teve o rosto desfigurado pelo tiro. Segundo ela, a divulgação dessas fotos aumentava o sofrimento da família, que já enfrentava o luto em meio à exposição pública. O apelo foi amplamente compartilhado e trouxe à tona o debate sobre os limites da exposição de cenas violentas na internet e o impacto psicológico causado aos familiares das vítimas, independentemente de seus antecedentes criminais.
A Operação Contenção foi descrita pelas autoridades como a maior ofensiva já realizada contra o Comando Vermelho. O objetivo era desarticular as estruturas da facção, que controla o tráfico em diversos pontos do Rio de Janeiro. Durante os confrontos, além das 121 mortes registradas, dezenas de armas foram apreendidas, e vários líderes foram identificados entre os mortos. Ainda assim, a operação levantou questionamentos sobre a proporcionalidade do uso da força e o número elevado de vítimas, reacendendo o debate sobre a política de segurança pública no estado.
Defensorias públicas e entidades de direitos humanos pediram ao Supremo Tribunal Federal o acompanhamento das perícias e investigações, alegando possível violação de direitos e execução sumária de suspeitos. A morte de Penélope, com um tiro de fuzil no rosto, é vista por alguns como exemplo do excesso policial que caracteriza muitas dessas ações. Por outro lado, as forças de segurança defendem que a operação foi necessária para conter o avanço do crime organizado e garantir a segurança da população.
A trajetória da “Japinha do CV” reflete a complexa realidade das comunidades dominadas por facções, onde jovens são atraídos pelo poder, dinheiro e status oferecidos pelo tráfico. Penélope tornou-se uma figura pública nesse ambiente, usando a internet como vitrine e como ferramenta de afirmação. Sua história, entretanto, terminou de forma trágica, revelando a fragilidade de uma vida construída sobre a violência e o confronto constante com o Estado. Sua morte simboliza o fim de um ciclo marcado por escolhas extremas e por um destino quase previsível.
Mesmo após o fim da operação, o caso continua gerando debates sobre segurança, desigualdade e o papel da mídia na cobertura de episódios violentos. Penélope, a “Japinha do CV”, agora se torna mais um nome entre tantos que compõem as estatísticas de mortes em confrontos no Rio de Janeiro, mas sua história ressoa como um retrato cru de uma geração perdida entre o fascínio pelo poder e a inevitável realidade do crime.





















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