Durante a operação mais letal da história do Rio de Janeiro, deflagrada na última terça-feira (28/10), as forças de segurança contaram com um imenso aparato bélico e tecnológico. Ao todo, 2.500 policiais das polícias Civil e Militar foram mobilizados, além do uso de drones de vigilância, helicópteros, 12 veículos de demolição pertencentes ao Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM e 32 blindados, entre eles o emblemático Caveirão, símbolo das incursões em áreas de risco da capital fluminense.
O Caveirão, veículo blindado utilizado pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), tornou-se um ícone da política de enfrentamento ao crime organizado nas últimas décadas. Projetado para resistir a disparos de armas de grosso calibre, ele é amplamente empregado em operações nas favelas dominadas por facções. Apesar de ser visto por muitos como uma ferramenta essencial para a segurança dos agentes, o blindado também é alvo de críticas de organizações de direitos humanos, que o associam ao avanço violento das forças de segurança em comunidades densamente povoadas.
Em setembro deste ano, o sargento Nei Machado, popularmente conhecido como Batata da Madsen, publicou nas redes sociais um vídeo mostrando o interior do Caveirão, oferecendo uma visão inédita do cotidiano dos policiais que atuam nesses veículos. O registro ganhou ainda mais repercussão após a operação desta semana, em que as imagens do blindado circulando pelas ruas do Complexo da Penha e do Alemão voltaram a chamar a atenção da população.
No início da gravação, o sargento faz uma brincadeira com tom de ironia:
“Vocês vão conhecer o Uber Black. Os vidros… às vezes a gente recebe uma ‘boladinha’. Essa é a realidade.”
A fala faz referência aos tiros que frequentemente atingem o blindado durante confrontos. Logo em seguida, o policial destaca o poder de fogo e o preparo da corporação, afirmando com orgulho:
“Nós somos a única polícia que possui 57 blindados.”
Enquanto percorre o interior do veículo, o sargento mostra os detalhes da estrutura e explica como o espaço é organizado para o combate. Segundo ele, o interior do Caveirão é projetado para comportar uma tropa armada e protegida, com assentos individuais, cada um deles equipado com uma seteira — pequena abertura por onde os policiais podem posicionar seus fuzis e atirar sem se expor.
Ele ainda aponta para a parte superior do blindado, conhecida como torre de apoio, e explica:
“Aqui é a tropa. Em frente de cada cadeira tem uma seteira para colocar o fuzil. E aqui em cima, na torre, é onde o cara dá o apoio direto.”
O vídeo, gravado de forma descontraída, mostra o lado interno de um dos veículos mais temidos e simbólicos das operações policiais no Rio. A gravação ganhou grande circulação nas redes sociais após a Operação Contenção, reforçando o contraste entre o orgulho policial pela estrutura de combate e as críticas de entidades civis, que apontam para o aumento das mortes em operações com uso de blindados.
O Caveirão, ao mesmo tempo em que representa proteção para os agentes, continua sendo símbolo de medo e violência para muitos moradores das comunidades onde ele atua.





















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