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Quem era a vítima de ônibus que tombou em PE que pediu por orações antes de embarcar

2 semanas atrás

O domingo, 19 de outubro, foi marcado por dor e despedida na cidade de Floresta, no Sertão pernambucano. Sob forte comoção, familiares e amigos sepultaram o corpo de Flávio José da Silva, de 45 anos, uma das 17 vítimas fatais do trágico acidente de ônibus ocorrido na BR-423, entre os municípios de Paranatama e Salóa, na última sexta-feira (17).

Flávio era comerciante e viajava a trabalho quando a tragédia aconteceu. A bordo de um ônibus de turismo que retornava da cidade de Santa Cruz do Capibaribe, ele seguia para a Bahia, onde faria entregas e contatos com clientes. O que seria uma viagem de oportunidades e planos profissionais se transformou em um episódio devastador que abalou famílias em todo o estado.

Durante o velório, o clima era de incredulidade. O filho de Flávio, um adolescente de 16 anos, falou à TV Asa Branca sobre o impacto da perda. “Ele estava muito contente com essa viagem. Falava que seria uma boa oportunidade de crescimento. Aí, de repente, pela madrugada, chega essa notícia que destrói a gente por dentro”, disse o jovem, visivelmente abalado.

Com a voz embargada, o rapaz revelou que não tinha mais lágrimas para chorar. A dor parecia ter secado tudo por dentro. Segundo familiares, Flávio havia mudado os planos de última hora e decidido embarcar no ônibus apenas horas antes da partida. Amigos contaram que ele enviou uma mensagem pedindo orações pela viagem, demonstrando uma fé constante que sempre o acompanhou nas estradas da vida.

Uma trajetória marcada pela dedicação

Flávio José era descrito como um homem simples, trabalhador e querido por todos. Dono de um pequeno comércio na região, ele sustentava a família com esforço diário e uma vontade admirável de vencer. “Era o tipo de pessoa que ajudava todo mundo, estava sempre com um sorriso no rosto, mesmo nos dias difíceis”, contou um amigo de longa data.

A notícia de sua morte causou comoção entre os colegas e clientes. Muitos foram ao velório prestar as últimas homenagens. “É difícil acreditar. A gente ainda esperava um telefonema dele dizendo que estava bem”, disse um parente, entre lágrimas.

O sepultamento aconteceu no fim da tarde, sob aplausos e orações. O caixão, coberto por flores brancas, foi conduzido por amigos e familiares em um cortejo silencioso. Em cada rosto, o mesmo sentimento: a perda de um homem que representava luta e esperança.

Tragédia que ainda pede respostas

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Civil continuam investigando as causas do acidente. A principal suspeita é de falha no sistema de freios do ônibus, que seguia pela Serra dos Ventos, um trecho conhecido pela descida acentuada e curvas perigosas. O motorista, um dos sobreviventes, relatou que perdeu o controle do veículo minutos antes da tragédia.

Enquanto as autoridades buscam respostas, famílias como a de Flávio tentam compreender o inexplicável. O vazio deixado por sua ausência é imenso, e as lembranças agora se transformam em força para seguir.

“Meu pai era minha inspiração. Tudo que sou devo a ele”, disse o filho, em meio ao choro contido.

A partida de Flávio José da Silva encerra de forma abrupta a história de um pai amoroso e trabalhador incansável, que sonhava apenas em garantir uma vida melhor para os seus. Um homem cuja luz se apagou cedo demais, mas cuja lembrança permanecerá viva no coração de todos que o conheceram.

 


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