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Pai agride professor com nove socos após bronca por uso de celular em escola

2 semanas atrás

Um episódio de violência chocou o Distrito Federal na manhã desta segunda-feira, 20 de outubro de 2025. Um professor de 53 anos foi brutalmente agredido dentro do Centro Educacional 4 do Guará após chamar a atenção de uma aluna que utilizava o celular durante a aula. O agressor foi o pai da estudante, identificado como Thiago Lênin Sousa, que desferiu nove socos na cabeça do educador. As imagens registradas pelas câmeras de segurança mostram a sequência de agressões e revelam o descontrole do homem dentro da escola. O caso causou grande repercussão e indignação entre professores, alunos e pais da comunidade escolar.

De acordo com o relato do professor, a confusão começou quando ele pediu que a aluna guardasse o celular e copiasse o conteúdo do quadro. A estudante teria se irritado e se recusado a obedecer à orientação. Pouco tempo depois, o pai apareceu na escola, entrou na sala de coordenação e partiu para cima do docente. As cenas mostram o agressor desferindo vários socos contra o professor, que tenta se proteger com os braços enquanto é surpreendido pela violência. O ataque só foi interrompido quando funcionários e alunos intervieram para conter o homem.

Um momento inusitado e ao mesmo tempo desesperador foi registrado durante a briga. A própria filha do agressor, que havia presenciado o início da confusão, aplicou um “mata-leão” no pai para tentar impedir que ele continuasse batendo no professor. A atitude da jovem foi decisiva para conter a agressão e evitar que a situação se agravasse ainda mais. Outras três alunas também testemunharam o episódio e ficaram em choque com o que viram. O professor, bastante abalado, apresentou hematomas nas costas e um olho roxo, resultado da sequência de golpes.

Após o incidente, a direção da escola acionou a Polícia Militar. Thiago Lênin Sousa foi levado para a 1ª Delegacia de Polícia, localizada na Asa Sul, onde prestou depoimento. Ele assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal, injúria e desacato — crimes considerados de menor potencial ofensivo — e foi liberado em seguida para responder em liberdade. No depoimento, o agressor afirmou que a filha ligou dizendo que teria sido ofendida pelo professor e que, tomado pela raiva, “partiu para cima” do educador. Apesar de admitir a agressão, ele negou ter feito qualquer tipo de ameaça verbal.

Procurado pela TV Globo, o homem disse que não iria se pronunciar sobre o caso. Já o professor agredido relatou ter ficado profundamente abalado com a violência e afirmou que jamais desrespeitou qualquer aluno. Segundo ele, a cobrança para que os estudantes deixem o celular de lado e participem da aula faz parte do seu trabalho e não justificaria tamanha reação. “Eu só pedi que ela copiasse o conteúdo e guardasse o telefone. Nunca imaginei que isso terminaria com uma agressão dessa”, afirmou o docente, ainda se recuperando dos ferimentos.

A Secretaria de Educação do Distrito Federal divulgou uma nota oficial lamentando o ocorrido e repudiando toda forma de violência no ambiente escolar. O órgão informou que a Coordenação Regional de Ensino do Guará está acompanhando o caso e que a Corregedoria da secretaria vai apurar detalhadamente os fatos. Além disso, o Batalhão Escolar foi acionado para reforçar a segurança na entrada e na saída dos estudantes nos próximos dias. O comunicado ressaltou que a escola deve ser um espaço de respeito, aprendizado e convivência pacífica entre alunos, professores e famílias.

O episódio reacendeu o debate sobre a escalada de violência nas escolas públicas e a vulnerabilidade dos professores diante de situações de conflito. Muitos profissionais da educação relataram sentir medo e insegurança, afirmando que o caso é um retrato de uma realidade cada vez mais preocupante. Em redes sociais, colegas do educador agredido manifestaram solidariedade e pediram medidas mais rígidas para proteger o corpo docente, destacando que o respeito à autoridade do professor deve ser garantido e preservado.

Especialistas em educação também se pronunciaram, afirmando que situações como essa revelam a deterioração do diálogo entre escola e família. Segundo eles, os pais precisam entender que a função do professor é educar e impor limites pedagógicos, e não ser tratado como inimigo quando corrige um aluno. A violência, segundo os especialistas, rompe a base de confiança essencial para o processo de aprendizagem e cria um ambiente de medo e desrespeito. “Quando um pai agride um professor, ele passa uma mensagem devastadora para o filho sobre como lidar com a autoridade”, afirmou uma psicopedagoga consultada pela reportagem.

O professor, que preferiu não ter o nome divulgado, segue em recuperação e deve receber acompanhamento psicológico oferecido pela Secretaria de Educação. A escola informou que continuará prestando apoio a ele e que está revisando seus protocolos de segurança. Entre os estudantes, o clima ainda é de apreensão e tristeza. Muitos afirmam que a imagem da agressão foi traumatizante e que nunca imaginaram ver algo assim dentro de um ambiente escolar. A direção reforçou que está empenhada em restabelecer a tranquilidade e garantir que todos possam voltar às atividades de forma segura.

A agressão ocorrida no Centro Educacional 4 do Guará expõe, mais uma vez, o quanto a convivência nas escolas depende do respeito mútuo e do equilíbrio entre família e instituição. O caso de Thiago Lênin Sousa tornou-se um símbolo de alerta sobre os limites entre autoridade e intolerância. Enquanto o professor tenta se recuperar física e emocionalmente, a comunidade escolar busca respostas e medidas que impeçam que a sala de aula, espaço destinado ao aprendizado, volte a ser palco de violência e desrespeito.


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