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Novo boletim médico atualiza o quadro de advogada heroína

2 semanas atrás

O incêndio que destruiu um apartamento no bairro Country, em Cascavel (PR), na manhã da última quarta-feira (15), transformou-se em uma tragédia que comoveu o país. A advogada Juliane Vieira, de 28 anos, teve 63% do corpo queimado e está internada em estado gravíssimo no Hospital Universitário (HU) de Londrina, referência no tratamento de queimaduras no Paraná.

Segundo o boletim médico divulgado na noite de segunda (20), Juliane segue entubada, sedada e em terapia intensiva, com o quadro clínico considerado estável, porém crítico. Ela respira com ajuda de aparelhos e recebe cuidados intensivos de uma equipe multidisciplinar. Médicos do HU explicam que as próximas 72 horas são decisivas para avaliar o impacto das queimaduras profundas e possíveis complicações respiratórias.

O incêndio começou por volta das 8h30, no 13º andar do prédio onde Juliane morava com a mãe, Sueli Vieira, de 51 anos, e o primo de apenas 4 anos. De acordo com a RPC, operários de uma obra vizinha foram os primeiros a perceber a fumaça saindo das janelas. Eles correram para alertar os moradores e o porteiro, que agiu rapidamente: cortou o gás e a energia do edifício e acionou o alarme de emergência.

Imagens registradas por vizinhos mostram um momento angustiante. No vídeo, Juliane aparece pendurada no suporte do ar-condicionado, tentando escapar das chamas que tomavam conta do apartamento. O desespero é visível — ela se esforça para se equilibrar enquanto grita por ajuda. “O medo era que ela caísse”, relatou Patrick de Andrade, morador do mesmo andar. “Ela já estava exausta, mas conseguimos conversar com ela, pedindo calma, dizendo que o socorro estava a caminho.”

Poucos minutos depois, equipes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local e iniciaram o resgate. Entre os agentes estava o sargento Edemar Migliorini, que sofreu queimaduras de terceiro grau durante a operação. Ele foi internado, mas recebeu alta no fim de semana. “Foi um dos resgates mais difíceis da minha carreira”, contou o bombeiro, emocionado. “Havia muita fumaça, calor intenso e uma vida em risco pendurada a metros de altura.”

A mãe de Juliane, Sueli, também ficou gravemente ferida. Ela sofreu queimaduras no rosto, braços e pernas, além de lesões nas vias respiratórias causadas pela inalação de fumaça. Permanece internada na UTI do Hospital São Lucas, em Cascavel, em estado estável. Já o menino, que teve queimaduras no quadril, pernas e mãos, foi transferido para o Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba, e apresenta boa evolução.

O caso repercutiu fortemente nas redes sociais. Amigos, colegas de faculdade e moradores de Cascavel se mobilizaram em campanhas de doação de sangue e mensagens de apoio. Uma corrente de solidariedade se formou, com centenas de pessoas pedindo orações pela recuperação de Juliane e de sua família.

Enquanto a perícia investiga as causas do incêndio — ainda não confirmadas oficialmente —, o sentimento na cidade é de comoção. “Foi uma tragédia, mas também uma história de coragem. Juliane lutou até o fim para salvar quem amava”, comentou uma vizinha.

Agora, entre o cheiro de fumaça que ainda paira no prédio e os cartazes de apoio colados na portaria, o desejo é um só: que a jovem advogada consiga vencer mais essa batalha pela vida.


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