O silêncio que dominou a madrugada de sábado (18) na BR-423, entre os municípios de Paranatama e Saloá, no Agreste de Pernambuco, foi interrompido apenas pelo som das sirenes e pela dor das famílias que perderam seus entes queridos. O trágico acidente com um ônibus de turismo deixou 17 mortos e dezenas de feridos, marcando um dos episódios mais devastadores do ano nas estradas do Nordeste.
Entre os sobreviventes está Sandro Júnior, de 27 anos, motorista auxiliar da viagem. Ainda abalado, ele falou pela primeira vez após o ocorrido. Em entrevista à TV Asa Branca, o jovem expressou um misto de gratidão e incredulidade. “Eu tenho que agradecer a Deus pela segunda vida que Ele me deu. [Nós] já estávamos voltando já”, disse, visivelmente emocionado.
Sandro contou que dormia no momento em que o acidente aconteceu. O impacto o despertou de forma brusca, e o cenário que viu logo em seguida era de destruição. “Acordei com o barulho, vi gente gritando, tudo escuro. Foi um desespero que eu nunca imaginei viver”, relatou. Ele sofreu apenas ferimentos leves e foi socorrido para um hospital da região antes de prestar depoimento à Polícia Civil de Garanhuns.
O grupo de passageiros havia saído do Moda Center, em Santa Cruz do Capibaribe, por volta das 15h da sexta-feira (17), com destino a Brumado, na Bahia. A viagem, que deveria percorrer mais de mil quilômetros e atravessar os estados de Alagoas e Sergipe, acabou interrompida de forma trágica na Serra dos Ventos, trecho conhecido por suas curvas fechadas e pelo risco constante de acidentes.
De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o ônibus era conduzido por dois motoristas que se revezavam durante o trajeto — ambos sobreviveram. O inspetor André Quintino informou que o condutor que estava ao volante no momento relatou uma possível falha no sistema de freios, o que pode ter levado o veículo a perder o controle e tombar na ribanceira.
As imagens gravadas por equipes do SAMU e do Corpo de Bombeiros mostram o trabalho incansável de resgate, em meio à escuridão e à chuva fina que caía sobre o local. Passageiros foram encontrados fora do ônibus, o que levanta a suspeita de que muitos não utilizavam o cinto de segurança, um hábito ainda negligenciado em viagens rodoviárias de longa distância.
As autoridades agora investigam as causas exatas do acidente. A perícia deve analisar as condições mecânicas do veículo e o cumprimento das normas de segurança pela empresa responsável pelo transporte. O caso também reacende o debate sobre a fiscalização em estradas federais e a necessidade de manutenção constante nos ônibus de turismo que circulam pelo país.
Enquanto as famílias enlutadas tentam lidar com a perda, Sandro Júnior carrega consigo um sentimento de renascimento. “Foi Deus quem me salvou. Poderia ter sido eu entre os que se foram”, afirmou, com os olhos marejados. Sua fala resume o que muitos sobreviventes de tragédias relatam: a vida, por mais frágil que pareça, é um presente que merece ser valorizado todos os dias.
A tragédia na BR-423 deixa não apenas marcas na memória de quem a viveu, mas também um alerta sobre os riscos nas estradas brasileiras — e sobre como um simples ato de fé pode manter viva a esperança, mesmo diante da dor.





















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