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Caso padre Luciano: polícia avança em investigação e apreende celulares de suspeitos

2 semanas atrás

A Polícia Civil de Mato Grosso intensificou as investigações sobre o caso que abalou a pequena cidade de Nova Maringá, a 378 km de Cuiabá. Três celulares foram apreendidos nesta semana com suspeitos de terem divulgado o vídeo íntimo envolvendo o padre Luciano e a noiva de um fiel da paróquia local. As imagens, que circularam nas redes sociais no último fim de semana, causaram indignação e polêmica entre fiéis e moradores. A ação faz parte da tentativa de identificar quem gravou, compartilhou e propagou o conteúdo, que rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados no estado.

Segundo o delegado Franklin Alves, responsável pelo caso, o principal objetivo da investigação é individualizar a conduta de cada envolvido no episódio. “Queremos saber exatamente o que cada um fez. Há relatos de que uma das pessoas presentes tentou impedir a invasão e pediu para que não continuassem. Por isso, é fundamental esclarecer o papel de todos”, afirmou. A Polícia Civil apura a participação do ex-noivo da mulher, de familiares e de amigos dele na invasão à casa paroquial, onde o flagrante aconteceu.

Os investigados poderão responder por invasão de domicílio, constrangimento ilegal, exposição indevida de imagem de cunho íntimo e dano psicológico à vítima. As acusações, segundo o delegado, estão sendo cuidadosamente analisadas, uma vez que a invasão teria ocorrido sem mandado judicial e com registro de vídeo que foi amplamente disseminado em grupos de mensagens e plataformas como Facebook e WhatsApp. “As redes sociais não são terra sem lei. Compartilhar esse tipo de material é crime, e cada pessoa que teve participação poderá ser responsabilizada”, reforçou Franklin Alves.

Em nota enviada à imprensa, o advogado do ex-noivo negou a presença do cliente na cena do flagrante e alegou que ele não estava na cidade no momento do ocorrido. A defesa também declarou que a família está à disposição da polícia e colaborará com as investigações caso surjam novos elementos. “Nosso cliente está abalado com a situação e confia que a verdade será esclarecida no decorrer do processo”, disse o advogado.

O caso teve início no sábado, 11 de outubro, quando vídeos começaram a circular mostrando o padre Luciano, vestindo apenas um short, na companhia da noiva de um fiel dentro da casa paroquial. O imóvel fica ao lado da igreja onde o religioso atua há mais de três anos. Segundo relatos, o ex-noivo teria sido avisado por amigos sobre a presença da mulher no local durante a madrugada. Diante da suspeita, familiares e conhecidos se dirigiram à residência paroquial e, em meio à confusão, registraram o flagrante.

Nas imagens, é possível ouvir o pai do noivo gritando em tom de revolta: “Abre a porta! Abre a porta ou a gente derruba!” Momentos depois, o padre aparece visivelmente constrangido, enquanto a mulher tenta se esconder no banheiro. O vídeo, de poucos segundos, rapidamente ganhou repercussão nacional, sendo reproduzido em diversos perfis e páginas, inclusive fora do estado. O conteúdo provocou uma onda de comentários e dividiu opiniões entre fiéis — muitos pedindo compreensão e respeito à privacidade dos envolvidos, enquanto outros exigem explicações da Igreja.

Antes da polêmica, o padre Luciano era conhecido nas redes sociais por seu trabalho de evangelização. Com milhares de seguidores, ele mantinha um perfil ativo no Instagram, onde compartilhava orações, mensagens espirituais e reflexões religiosas. Desde a divulgação do vídeo, as contas do sacerdote foram desativadas e a Diocese ainda não se pronunciou oficialmente sobre o futuro dele na paróquia. O caso reacende o debate sobre os limites entre a vida privada e o julgamento público nas redes sociais, além de destacar a importância de combater a exposição indevida de pessoas, independentemente do contexto.

Enquanto a investigação segue, a população de Nova Maringá continua dividida entre a curiosidade e a indignação. A repercussão do episódio mostra como o poder da internet pode transformar um ato impensado em um escândalo nacional. A Polícia Civil reforça que novas apreensões podem ocorrer nos próximos dias e alerta: compartilhar vídeos íntimos sem consentimento é crime e pode resultar em penas severas. O caso do padre Luciano, que começou como um rumor local, tornou-se um alerta sobre a urgência de responsabilidade digital e respeito à privacidade alheia — valores tão essenciais quanto a própria fé.


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