O estado de Goiás foi palco de uma das maiores tragédias rodoviárias do ano. No último sábado, 20 de setembro, uma colisão devastadora na BR-153, em Campinorte, resultou na morte de oito pessoas, entre elas uma família inteira que tinha como destino um fim de semana de descanso. O impacto da notícia gerou comoção em todo o Centro-Oeste, trazendo à tona o drama diário das estradas brasileiras e a irresponsabilidade que ainda custa tantas vidas.
A família morava em Jaú do Tocantins e viajava junta quando o carro em que estavam foi atingido com violência. O acidente envolveu dois automóveis, uma motocicleta e um caminhão, deixando um cenário de destruição difícil de ser descrito. José Mário, de 38 anos, sua esposa Dayane, de 32, e três dos filhos — José Victor, de 17, Emanuela, de 14, e José Arthur, de apenas 10 anos — morreram no local. O pequeno Théo, de três anos, chegou a ser socorrido ainda com vida, mas não resistiu aos graves ferimentos e faleceu horas depois no hospital.
O choque da notícia ganhou contornos ainda mais revoltantes com as primeiras informações divulgadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Testemunhas relataram que o motorista responsável pela colisão estava sob efeito de álcool e, em vez de prestar socorro, fugiu do local logo após o impacto. A fuga agravou a dor de familiares e aumentou a sensação de impunidade que tantas vezes acompanha tragédias semelhantes.
Com o apoio da Polícia Militar de Goiás, o motorista foi localizado horas depois e preso em flagrante. A caminhonete usada por ele na noite do acidente foi apreendida e passará por perícia. As autoridades agora investigam os detalhes da colisão e aguardam os resultados dos exames que poderão confirmar a embriaguez. “É um caso de extrema gravidade, que exige uma resposta firme da Justiça. Não podemos aceitar que vidas sejam ceifadas por escolhas irresponsáveis”, declarou um porta-voz da PRF.
Enquanto as investigações avançam, a cidade de Jaú do Tocantins mergulhou em luto. Amigos e vizinhos descreveram a família como unida, trabalhadora e sonhadora. José Mário, motorista de caminhão, era conhecido pelo companheirismo, enquanto Dayane dedicava sua rotina aos filhos. Os jovens, segundo colegas, eram estudantes dedicados e tinham planos de construir um futuro melhor. O velório coletivo, marcado pela comoção, reuniu centenas de pessoas em uma despedida dolorosa.
Além da família, outras duas pessoas perderam a vida no acidente, elevando o número total de vítimas fatais para oito. Vários feridos ainda permanecem em recuperação, e os hospitais da região relatam uma mobilização intensa para atender a todos os envolvidos. A PRF segue colhendo depoimentos de testemunhas e analisando a dinâmica da batida, em busca de entender como a sequência de colisões se formou e quais medidas poderiam ter evitado o desastre.
O caso reacende o debate sobre segurança nas rodovias e, sobretudo, sobre o impacto da combinação entre álcool e direção. Apesar das campanhas educativas e das penalidades previstas em lei, tragédias como essa ainda ocorrem com frequência no país. Para familiares, amigos e toda uma comunidade que perdeu seis de seus moradores de uma só vez, resta a dor da ausência e a esperança de que a justiça traga, ao menos, um alento diante de tamanha perda. Mais que números em estatísticas, as vítimas representam sonhos interrompidos por um ato que jamais deveria ter acontecido.
