O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou neste domingo (26) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria ficado “incomodado” com o elogio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi publicada em uma postagem na rede social X (antigo Twitter), na qual Eduardo compartilhou o vídeo em que Trump comenta sobre o ex-chefe do Executivo brasileiro. “Na mesa há um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: BOLSONARO”, escreveu o parlamentar, enfatizando a repercussão do comentário.
O episódio ocorreu durante uma coletiva de imprensa em Kuala Lumpur, pouco antes da reunião de Trump com Lula. Questionado sobre Bolsonaro, o presidente americano disse que sempre gostou do ex-presidente e expressou arrependimento pelo que aconteceu, referindo-se à condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal no caso da tentativa de golpe de 2022. Ao ser questionado se o tema seria tratado na conversa com Lula, Trump respondeu de maneira ríspida: “Não é da sua conta”, gerando repercussão imediata entre políticos e jornalistas presentes.
Aliados de Bolsonaro interpretaram a declaração como um gesto público de apoio ao ex-presidente. Nas redes sociais, a repercussão foi imediata, e o episódio se transformou em assunto central entre integrantes do PL. Para os seguidores de Bolsonaro, a manifestação de Trump reforçou a imagem de solidariedade e reconhecimento internacional ao ex-presidente, principalmente diante das condenações judiciais e das disputas políticas no Brasil.
Por outro lado, integrantes do governo Lula buscaram minimizar o impacto do comentário, ressaltando que a reunião tinha caráter essencialmente econômico. O foco principal do encontro foi a discussão sobre tarifas de 50% impostas por Washington a produtos brasileiros, tema que, segundo autoridades, exige atenção imediata para preservar a competitividade e os interesses do comércio bilateral. Diplomatas e membros da equipe econômica enfatizaram que a conversa visava estreitar a cooperação comercial entre Brasil e Estados Unidos, destacando a importância de manter um diálogo construtivo e pragmático.
A reunião entre Lula e Trump, realizada na capital da Malásia, teve duração de aproximadamente 50 minutos e foi considerada positiva e produtiva pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O chanceler destacou que Trump reconheceu erros relacionados às sobretaxas e determinou a abertura de negociações bilaterais para rever as medidas que afetam exportações brasileiras. A expectativa é que essas tratativas tragam soluções concretas para equilibrar o comércio entre os dois países, fortalecendo laços econômicos e comerciais.
Nos bastidores, diplomatas brasileiros relataram que, apesar de alguns momentos de tensão provocados pelo comentário de Trump sobre Bolsonaro, o clima do encontro permaneceu cordial. Trump não impôs condições políticas para a discussão do tema econômico, mas o elogio ao ex-presidente provocou desconforto visível entre os membros da comitiva brasileira. Fontes destacam que a habilidade diplomática e a condução cuidadosa do diálogo foram essenciais para que a reunião mantivesse um caráter positivo, sem que o incidente prejudicasse a agenda comercial prevista.
O episódio ilustra a complexidade das relações internacionais, em que interesses econômicos, posicionamentos políticos e sensibilidades pessoais se entrelaçam. Enquanto aliados de Bolsonaro celebram o gesto de Trump, o governo brasileiro busca concentrar esforços nos resultados econômicos, reforçando a importância de priorizar negociações estratégicas e pragmáticas, mesmo diante de declarações polêmicas que podem gerar desconforto político.





















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