Os Estados Unidos amanheceram neste sábado (18) sob um clima de tensão e mobilização. Milhares de pessoas foram às ruas em todas as regiões do país para protestar contra as políticas do governo Donald Trump, marcando o início da campanha “No Kings” (“Sem Reis”), que já é considerada uma das maiores manifestações populares desde o retorno do republicano à Casa Branca. Com marchas simultâneas em mais de 2.600 cidades americanas e atos de solidariedade em Londres, Madri e Barcelona, o movimento ganhou proporções globais e promete manter a pressão sobre o governo nas próximas semanas.
Os organizadores do movimento afirmam que o objetivo é chamar atenção para o que classificam como uma “guinada autoritária” do novo mandato de Trump. As principais críticas se concentram nas políticas de imigração, segurança e educação, além dos recentes cortes de verbas para universidades públicas e da presença ampliada da Guarda Nacional em grandes centros urbanos. Cartazes com frases como “Democracia, não dinastia” e “Resistir é patriótico” tomaram conta das avenidas de Nova York, Chicago, Los Angeles e Washington, transformando as ruas em um mar de vozes exigindo mudanças.
A liderança do movimento ficou a cargo de organizações progressistas e de defesa dos direitos civis, entre elas o grupo Indivisible, fundado em 2016 como resposta ao primeiro governo Trump. “Não há nada mais americano do que dizer ‘nós não temos reis’ e exercer nosso direito de protestar pacificamente”, afirmou Leah Greenberg, cofundadora da organização. Segundo ela, o nome do movimento é uma referência direta à fundação dos Estados Unidos e ao princípio de que nenhum líder deve estar acima da Constituição. “Trump governa como se o país fosse sua propriedade pessoal. É nosso dever lembrar que o poder pertence ao povo”, completou Greenberg durante ato em Washington.
Enquanto as manifestações se espalhavam, a reação do governo e de seus aliados foi imediata. Líderes republicanos classificaram os protestos como “manifestações antiamericanas” e acusaram os organizadores de tentar desestabilizar o país. Em nota oficial, a Casa Branca afirmou que “a administração Trump está comprometida em proteger as fronteiras, garantir a segurança das famílias e restaurar a ordem”, acusando os manifestantes de “espalhar desinformação e criar pânico”. Ainda assim, especialistas avaliam que o tamanho e a organização das mobilizações representam um desafio político para o presidente, especialmente às vésperas das eleições legislativas de meio de mandato.
Em Nova York, um dos principais centros dos protestos, milhares se reuniram na Times Square, onde discursos emocionados ecoaram entre as luzes dos painéis eletrônicos. Em Los Angeles, grupos de imigrantes marcharam lado a lado com estudantes e professores, exigindo o fim das deportações em massa e dos cortes de bolsas universitárias. Já em Chicago, líderes religiosos e veteranos de guerra participaram dos atos, pedindo diálogo e respeito às liberdades civis. A presença de famílias inteiras, com crianças segurando cartazes coloridos, deu um tom pacífico e simbólico às manifestações, reforçando a mensagem de que o protesto faz parte do exercício democrático.
A dimensão internacional do movimento também chamou atenção. Marchas organizadas em capitais europeias expressaram apoio à resistência americana e críticas ao avanço do populismo e da extrema-direita no Ocidente. Em Londres, manifestantes se reuniram diante da embaixada dos Estados Unidos, exibindo faixas com dizeres como “Nenhum país precisa de reis, nem de ditadores”. Em Madri e Barcelona, grupos estudantis e de direitos humanos ecoaram palavras de ordem pela defesa da democracia e da liberdade de imprensa.
Analistas políticos apontam que a campanha “No Kings” pode marcar um novo capítulo na resistência civil americana, unindo setores progressistas, moderados e até conservadores insatisfeitos com a condução do governo. Mais do que uma simples mobilização de protesto, o movimento parece refletir uma disputa simbólica pelo significado do patriotismo. De um lado, a retórica de segurança e autoridade defendida pela Casa Branca; do outro, a reivindicação de um país plural, democrático e fiel aos seus princípios fundadores. Se o objetivo era chamar atenção, os organizadores já conseguiram: as ruas falaram alto, e o mundo inteiro ouviu.





















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