Durante a abertura do 16º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizada na noite de quinta-feira, 16, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso marcado pela defesa da soberania nacional e pela crítica a pressões internacionais sobre países latino-americanos. Em um auditório lotado, com militantes, parlamentares e dirigentes partidários, Lula subiu ao palco com seu tom característico: direto, emocionado e, em alguns momentos, provocativo.
“O Brasil nunca será a Venezuela, e a Venezuela nunca será o Brasil. Cada um será ele próprio”, declarou o presidente, em meio a aplausos. A fala veio como resposta a setores da oposição que frequentemente comparam as políticas do governo petista às de Nicolás Maduro. “O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino”, completou, reforçando a ideia de que cada nação tem o direito de trilhar seu próprio caminho político, sem interferências externas.
O discurso de Lula também incluiu uma defesa enfática de Cuba, país historicamente aliado do Brasil em pautas sociais e diplomáticas. “Cuba não é um país de exportação de terrorista. Cuba é um exemplo de povo com dignidade”, afirmou, em tom firme. O comentário foi uma resposta indireta a declarações recentes de políticos norte-americanos que tentaram associar o país caribenho a movimentos radicais.
O presidente ainda fez questão de recordar a trajetória histórica de resistência de Cuba, citando o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de seis décadas. “Poucos países aguentariam o que Cuba suportou. Mesmo sob embargo, o povo cubano mostrou que dignidade não se vende”, destacou.
Lula aproveitou a ocasião para fazer uma autocrítica rara — e aplaudida — sobre a forma como a esquerda tem se comunicado com a sociedade. “Nós, da esquerda, ainda não aprendemos a falar com o povo como deveríamos. Falamos muito entre nós e pouco com quem está lá fora, precisando entender o que fazemos”, admitiu. A declaração foi vista por muitos dirigentes como um chamado à renovação da narrativa progressista.
Entre os presentes estavam a vice-presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo. Ambos destacaram a importância de o presidente retomar o diálogo direto com a militância, num momento em que o governo busca consolidar sua base política após meses de tensão com o Congresso.
A fala de Lula acontece em meio a um cenário internacional conturbado, com a América Latina enfrentando novos desafios geopolíticos. Países como Argentina e Chile têm vivido mudanças políticas significativas, e a relação com os Estados Unidos e a União Europeia volta ao centro do debate. Ao defender a soberania da região, o presidente reforça um discurso que marcou sua trajetória desde os anos 2000: o de que a América Latina deve decidir o próprio destino, com base na solidariedade e no respeito mútuo.
O discurso, que durou cerca de uma hora, terminou com aplausos de pé e gritos de “Lula guerreiro do povo brasileiro”. Mesmo após deixar o palco, o presidente foi cercado por militantes que pediam fotos e agradeciam sua presença. Com a popularidade oscilando e as críticas se intensificando, Lula parece apostar novamente na força do contato direto e no simbolismo da palavra para reconectar sua base e reafirmar seu papel como líder político e voz ativa da América Latina.





















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