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Esposa de Alexandre de Moraes acaba de receber duro castigo dos Estados Unidos

31 segundos atrás

Nos últimos dias, um novo capítulo da já turbulenta relação entre Brasil e Estados Unidos ganhou repercussão internacional. O Departamento do Tesouro norte-americano anunciou, nesta segunda-feira (22), a inclusão de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na lista de pessoas e entidades sujeitas a sanções. O comunicado, divulgado no site oficial do órgão, atinge também a empresa LEX – Institutos de Estudos Jurídicos, da qual Viviane e os filhos são sócios. A medida reforça a ofensiva americana contra o ministro, que em julho já havia sido alvo direto das disposições da chamada Lei Magnitsky.

O episódio não surgiu de forma isolada. A Lei Magnitsky, utilizada pelos EUA para punir estrangeiros acusados de violar direitos humanos, praticar corrupção ou sufocar liberdades democráticas, foi aplicada a Moraes com base em acusações de “prisões arbitrárias” e “restrições à liberdade de expressão”. Desde então, a pressão internacional em torno do ministro tem crescido, transformando-o em peça central de um tabuleiro que transcende a política nacional. A extensão das sanções à esposa e à empresa da família revela uma escalada da postura americana, sinalizando que o cerco vai além das decisões tomadas pelo magistrado.

O nome de Alexandre de Moraes já vinha associado a embates de grande repercussão dentro e fora do Brasil. Relator de inquéritos que investigam desde a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 até a disseminação de fake news em redes sociais, o ministro ganhou protagonismo no enfrentamento de movimentos que contestam as instituições democráticas. Esse papel, no entanto, transformou-o em alvo de críticas intensas de setores da direita, de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e, agora, também de autoridades estrangeiras que o acusam de autoritarismo.

Quando a primeira rodada de sanções foi anunciada em julho, o então secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, adotou um tom duro contra o magistrado. Em nota, afirmou que Moraes teria se convertido em “juiz e júri” em uma “caça às bruxas ilegal”, marcada por detenções políticas e perseguições que, segundo ele, chegaram a atingir empresas americanas. Ao justificar a medida, Bessent destacou ainda que os EUA continuariam a “responsabilizar aqueles que ameaçam liberdades fundamentais e interesses nacionais”, em uma clara mensagem de que a questão não seria tratada apenas como uma divergência diplomática.

As repercussões foram imediatas. A notícia mobilizou políticos, juristas e internautas, reacendendo debates sobre a independência do Judiciário brasileiro e os limites da atuação internacional em questões internas de outro país. Enquanto apoiadores das sanções enxergam na medida uma espécie de freio aos excessos de poder, críticos classificam a ação como interferência inaceitável na soberania brasileira. O episódio, inevitavelmente, expõe também o Supremo Tribunal Federal a uma pressão inédita: além das críticas internas, agora há questionamentos vindos de fora, com potencial de abalar a credibilidade da corte.

Do ponto de vista prático, as sanções congelam bens e ativos de Viviane Barci de Moraes e da LEX em território americano, além de proibir cidadãos e empresas dos EUA de realizar transações com os nomes incluídos na lista. Embora medidas desse tipo tenham, em muitos casos, efeito simbólico maior do que real, não deixam de representar um recado político contundente. Analistas avaliam que a decisão busca isolar Moraes no plano internacional, ao mesmo tempo em que pressiona sua rede pessoal e familiar, ampliando o custo político de suas decisões no Brasil.

O momento em que o anúncio foi feito também chama atenção. Em meio a um cenário nacional marcado por disputas em torno das eleições municipais, críticas ao Judiciário e a persistente polarização entre lulistas e bolsonaristas, a sanção contra a esposa de Moraes tende a inflamar ainda mais os ânimos. Para observadores internacionais, trata-se de um gesto estratégico dos EUA, que, ao mirar também familiares do ministro, sinalizam disposição para elevar o nível do embate. Para o Brasil, resta administrar um problema que vai além da diplomacia: a figura de Alexandre de Moraes se tornou internacionalizada, dividindo opiniões e, inevitavelmente, colocando em xeque até onde pode ir a influência externa sobre o futuro político e institucional do país.


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