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Três anos depois, Klara Castanho entrou na justiça contra Fontenelle

2 semanas atrás

Em um caso que tem movimentado as redes sociais e o meio jurídico, a atriz Klara Castanho, conhecida por seus papéis em novelas e séries brasileiras, voltou a acionar a justiça contra a influenciadora Antônia Fontenelle em junho de 2025. A nova ação, movida no Tribunal de Justiça de São Paulo, pede uma indenização de R$ 5 milhões por danos morais, além da remoção imediata de conteúdos que fazem referência, direta ou indiretamente, ao traumático caso de estupro sofrido por Klara, que resultou em uma gravidez e na decisão pela adoção da criança. A disputa, que teve início em 2022, reflete a luta da jovem atriz para proteger sua privacidade e reparar os danos causados pela exposição pública de sua história.

O conflito começou quando Fontenelle, em uma live realizada em 2022, revelou detalhes do caso de Klara, acusando-a de “abandono de incapaz” por ter optado pela entrega legal do bebê para adoção. A exposição, feita sem o consentimento da atriz, gerou uma onda de ataques virtuais e julgamentos públicos contra Klara, que na época tinha apenas 21 anos e enfrentava as consequências de um trauma pessoal. A atitude de Fontenelle foi amplamente criticada, mas a influenciadora continuou a abordar o tema em suas redes sociais, mesmo após decisões judiciais que a proibiam de mencionar o caso.

Em 2023, a justiça já havia condenado Fontenelle a pagar R$ 50 mil a Klara por danos morais, uma decisão confirmada em maio de 2025 pela 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo. Além disso, a influenciadora foi multada em R$ 1,6 milhão por descumprir ordens judiciais que a obrigavam a remover postagens e se abster de comentar o caso. A sentença destacou que Fontenelle agiu com “desrespeito à intimidade” da vítima, intensificando o sofrimento de Klara ao expor um episódio tão delicado a um público amplo e sem filtro.

A batalha judicial ganhou um novo capítulo em agosto de 2024, quando Fontenelle foi condenada criminalmente a três anos e três meses de prisão em regime semiaberto por difamação, com a sentença ainda pendente de julgamento final. A defesa da influenciadora argumenta que suas falas estariam protegidas pela liberdade de expressão, enquanto os advogados de Klara reforçam que a exposição pública de um trauma pessoal ultrapassa qualquer limite ético ou legal. O caso tem gerado debates sobre os limites da liberdade de expressão e o impacto de narrativas sensacionalistas nas redes sociais.

Na ação mais recente, protocolada em 2025, Klara Castanho busca não apenas reparação financeira, mas também a proteção de sua imagem e saúde mental. A petição destaca que as sucessivas menções de Fontenelle ao caso, mesmo após ordens judiciais, continuam a causar danos irreparáveis à atriz, que precisou lidar com o trauma do estupro, a gestação indesejada e o julgamento público. A solicitação de remoção de conteúdos reflete o desejo de Klara de impedir que sua história seja explorada para gerar engajamento ou polêmica.

O caso de Klara Castanho e Antônia Fontenelle é um marco na discussão sobre privacidade, ética digital e responsabilidade nas redes sociais. Enquanto a atriz luta para retomar sua vida e carreira, o desfecho das ações judiciais pode estabelecer precedentes importantes sobre como a justiça brasileira trata casos de exposição indevida e difamação online. A sociedade acompanha, dividida entre o apoio à jovem vítima e as reflexões sobre o papel de influenciadores digitais em um mundo hiperconectado, onde a linha entre liberdade de expressão e violação de direitos é, muitas vezes, tênue.


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