A atriz Claudia Raia, de 57 anos, voltou a ser assunto nas redes sociais após um comentário polêmico feito durante entrevista ao programa Foquinha Entrevista. A artista revelou que, quando seu primogênito, Enzo Celulari, hoje com 27 anos, ainda morava em sua casa, possuía uma placa para sinalizar que estava se masturbando em seu quarto. A fala gerou uma onda de críticas e piadas, mas Claudia não deixou barato: rebateu os comentários e reforçou que sua postura sempre esteve ligada à defesa da educação sexual dentro de casa. Para ela, incentivar o autoconhecimento dos filhos é parte fundamental da maternidade responsável.
Em sua resposta aos ataques, Claudia foi categórica. “Quanta gente careta, porque, na verdade, é um serviço que eu presto como mãe de menino, porque os homens começam a vida sexual deles sem saberem absolutamente nada, já que ninguém contou para eles como é”, declarou. A atriz argumenta que, muitas vezes, os jovens crescem cercados de tabus, sem espaço para conversar abertamente sobre prazer, consentimento ou saúde sexual, o que acaba levando a uma iniciação marcada por desinformação e até experiências traumáticas.
Raia lembrou ainda que muitos homens entram na vida adulta sem conhecer de fato a anatomia feminina, muito menos as preferências sexuais das mulheres. “Eles não conhecem nem o órgão feminino, não sabem o que dá prazer a uma mulher, não sabem nada. Porque foram enfiados numa prostituta que o pai levou, no filme pornô, e assim é, acabou: isso é sexo”, criticou. Para a atriz, perpetuar esse ciclo de ignorância apenas contribui para relações desiguais, machistas e incapazes de promover intimidade saudável.
O episódio expõe uma questão sensível, mas urgente: o papel da família na educação sexual dos filhos. Especialistas defendem que o diálogo franco e adequado à idade pode prevenir desde gravidezes indesejadas até abusos e doenças sexualmente transmissíveis. Ao contrário do que pensam os críticos, falar sobre masturbação, desejo e corpo não significa estimular precocemente a vida sexual, mas, sim, oferecer ferramentas para que os jovens cresçam conscientes e responsáveis. Nesse sentido, a fala de Claudia Raia não é apenas uma confissão curiosa sobre a intimidade da família, mas também um convite para que outros pais repensem suas próprias práticas.
A reação nas redes sociais, porém, mostrou como o tema ainda gera incômodo. Muitos usuários acusaram a atriz de exagerar ou de expor demais a vida pessoal do filho. Outros, no entanto, defenderam sua coragem de abordar o assunto sem filtros e elogiaram a forma direta com que trouxe à tona uma discussão frequentemente silenciada. A divisão de opiniões ilustra como, mesmo em pleno século 21, falar de sexualidade de maneira aberta continua sendo visto como uma quebra de tabu em grande parte da sociedade brasileira.
Vale lembrar que Claudia Raia, ao longo de sua carreira, sempre demonstrou posicionamentos progressistas e não tem medo de se expor em nome de causas que acredita. Do feminismo à defesa de pautas LGBTQIAPN+, a atriz construiu uma imagem de mulher independente, questionadora e disposta a enfrentar polêmicas. No caso atual, sua intenção declarada é clara: contribuir para que os homens da nova geração não repitam padrões de ignorância sexual que, segundo ela, ainda predominam. “É um serviço que eu presto como mãe”, reforçou, sem titubear diante da enxurrada de comentários negativos.
O debate suscitado pelas declarações de Claudia vai muito além de sua vida pessoal ou da curiosidade sobre os hábitos do filho famoso. Trata-se de discutir como famílias, escolas e sociedade podem lidar melhor com a educação sexual, derrubando preconceitos e construindo espaços de diálogo. Se a repercussão do episódio foi marcada por humor e críticas, também deixou um legado: a necessidade de falar mais sobre o tema. Afinal, como defende a atriz, ignorar ou ridicularizar essas conversas apenas reforça um ciclo de desconhecimento que prejudica a todos.