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Simony fala da vida renovada após câncer: ‘Realizo todos os meus desejos’

3 horas atrás

A cantora Simony, de 49 anos, vive um novo capítulo de sua vida. Diagnosticada em 2022 com câncer de intestino, ela passou por quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, alcançando a remissão em janeiro de 2023. Desde então, afirma ter renovado sua forma de enxergar a vida, os relacionamentos e até mesmo a carreira, considerando-se uma verdadeira exceção da medicina.

Em entrevista, a artista revelou que seu caso não se enquadra nos registros tradicionais da literatura médica, mas prefere acreditar que há algo maior guiando seu processo de cura. “Estou ótima. Vejo que eu sou muito abençoada, Deus é muito incrível para mim, sou agradecida. Deus é que faz essas coisas. Eu, realmente, sou uma exceção mesmo. Meu caso não existe em livros, mas existe em outro livro por aí”, declarou.

Essa vivência intensa, marcada por internações, tratamentos e incertezas, transformou-se em um legado que Simony deseja compartilhar com o público. Para ela, contar sua história é uma forma de inspirar outras pessoas que enfrentam situações semelhantes. “Acho que a minha história serve para isso, para poder ajudar outras pessoas e fazer com que as pessoas entendam que tudo é possível. Se você crê, acho que tudo é possível”.

O caminho de superação, no entanto, também trouxe experiências difíceis. A morte de Preta Gil, em julho de 2025, vítima da mesma doença, foi uma perda que a abalou profundamente. As duas estreitaram laços justamente por compartilharem diagnósticos parecidos. “É bem triste. Adorava muito ela, não era uma amiga íntima da Preta, mas a gente se afunilou por conta das histórias parecidas. Acho que foi isso. Infelizmente, aconteceu, mas Preta descansou, vejo assim. É muito triste, a gente nunca quer perder ninguém, mas a gente, às vezes, é muito egoísta de querer ficar com a pessoa mesmo sofrendo”, refletiu.

Apesar da força, Simony admite que ainda não consegue lidar com despedidas e rituais de finitude, preferindo não comparecer a velórios. “Não fui em velório, não fui em nada, porque não consigo. Para mim, é muito difícil essas coisas, digerir isso ainda. Mas Deus sabe de todas as coisas”, afirmou.

A grande mudança em sua percepção de vida, após a doença, está no autocuidado e no desapego do material. A artista conta que antes vivia em uma busca incessante por conquistas externas, mas hoje prefere priorizar sua saúde e bem-estar. “O que realmente renova é você focar sua vida em outras áreas. A gente corre muito, vive atrás de dinheiro, de fazer as coisas e a gente esquece da gente. Acho que isso é muito horrível, porque chega uma hora que você vai ter que parar por bem ou por mal. É melhor você parar por bem, se cuidar, dosar as coisas. Depois, a gente vai deixar tudo aqui. Não vamos levar nada”.

Simony também deixou claro que não adia mais seus desejos e prazeres cotidianos. Seja um jantar com amigos, uma viagem ou até mesmo ir a um pagode ou ópera, ela vive cada momento intensamente. “Realizo todos. Saio para jantar com meus amigos, vou a teatros, vou viajar, vou jantar, vou no pagode, vou na ópera, vou em qualquer lugar. Tudo o que eu quero fazer, eu faço. Aproveitar tudo”, disse.

A música, como sempre, segue sendo o centro de sua vida. Desde a infância nos palcos, a cantora enxerga sua arte como uma ferramenta de expressão, força e identidade. “A música é tudo para mim, é onde consigo me expressar. Acho que, no palco, é onde sou a mulher mais verdadeira. Sou muito verdadeira, mas, no palco, eu sou transparente. Música é tudo. Você escuta música mesmo, tem aquela coisa de você escutar uma música sem estar sofrendo e você sofre. Te leva a vários lugares. É assim que funciona”.

Durante os períodos de internação, a trilha sonora também esteve presente como forma de terapia e alegria. Entre sessões de tratamento, não faltaram momentos em que Simony dançava e cantava para transformar a dor em força. “Fiz isso no hospital. Inclusive, deve ter vídeos meus dançando por aí, cantando. É muito incrível. A música faz parte da vida de muitas pessoas, é como um perfume, um cheiro, você lembra de lugares, você se transporta. Acho incrível”.

Ao olhar para trás, Simony enxerga sua trajetória como um testemunho de resistência, fé e renovação. Mais do que sobreviver ao câncer, ela aprendeu a viver de forma plena, sem deixar nada para depois, valorizando o presente e celebrando cada conquista. Sua história é, sem dúvida, um exemplo inspirador de como é possível transformar dor em força, e incerteza em esperança.


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