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É por isso que os gatos gritam tanto quando estão acasalando

3 dias atrás

Quem convive com gatos já deve ter se surpreendido, no meio da noite, com miados intensos, prolongados e até perturbadores. Muitas vezes, esses sons são confundidos com brigas ou situações de dor, mas, na verdade, podem estar relacionados ao processo de acasalamento. O comportamento vocal dos felinos, tão característico nesse período, é alvo de curiosidade entre tutores e especialistas, justamente por ser marcante e, em alguns casos, até desconfortável para quem escuta. Afinal, por que os gatos gritam durante o acasalamento?

O fenômeno tem explicação biológica e comportamental. As gatas, quando entram no cio, emitem miados mais altos e frequentes, conhecidos como “miados de estro”. Eles funcionam como um chamado para os machos da região, indicando que estão receptivas ao cruzamento. Já durante o acasalamento em si, os gritos se tornam ainda mais intensos, resultado de uma característica anatômica peculiar: o pênis do gato macho possui pequenas estruturas em forma de espinhos microscópicos. Essa adaptação evolutiva estimula a ovulação na fêmea, mas também causa incômodo momentâneo, levando à vocalização.

Para o observador humano, esse comportamento pode soar como sofrimento, mas, para os gatos, trata-se de um mecanismo natural. O ato de vocalizar é parte essencial do ritual reprodutivo, sendo um componente de comunicação entre macho e fêmea. O grito da gata, por exemplo, não apenas expressa a sensação física, mas também sinaliza o término do ato, muitas vezes afastando temporariamente o parceiro. Dessa forma, o comportamento contribui para o sucesso reprodutivo da espécie.

Além da questão biológica, existe também um aspecto social. O acasalamento felino costuma envolver não apenas um macho, mas a disputa entre vários. Os sons altos atraem outros competidores, o que pode resultar em confrontos, mais vocalizações e um espetáculo sonoro ainda maior. Em áreas urbanas, onde há grande concentração de gatos de rua, esse fenômeno se intensifica e se torna bastante perceptível para os moradores. Não raro, os relatos de “corais felinos” em madrugadas são explicados justamente pela soma dos chamados de fêmeas e machos em busca de acasalamento.

Outro ponto relevante é que a intensidade desses sons varia de acordo com a idade e a experiência do animal. Gatas mais jovens tendem a vocalizar de forma ainda mais aguda, enquanto machos experientes podem emitir sons graves e prolongados para marcar presença e afastar rivais. Essa diversidade torna o acasalamento felino um processo complexo, marcado por vocalizações que cumprem diferentes funções dentro da interação social e reprodutiva.

Para os tutores que se incomodam com os miados intensos, a castração é a principal recomendação veterinária. Além de eliminar o comportamento de acasalamento, o procedimento contribui para a saúde do animal, prevenindo doenças, reduzindo disputas territoriais e controlando a população de gatos abandonados. Em áreas urbanas, onde os sons noturnos podem causar transtornos, a medida também atua como solução prática e ética para reduzir os episódios de gritos e brigas.

Em resumo, os gritos dos gatos durante o acasalamento não são sinal de dor extrema ou sofrimento desnecessário, mas sim parte de um ritual natural de reprodução. Entender essa realidade ajuda tutores e curiosos a compreenderem melhor a biologia e o comportamento felino, além de reforçar a importância da castração como medida de cuidado e bem-estar. Afinal, decifrar os sons dos gatos é também uma forma de estreitar a convivência entre humanos e esses animais misteriosos que, mesmo após séculos de domesticação, ainda guardam muitos traços instintivos de seus ancestrais selvagens.


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