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Lázaro Ramos reflete sobre operação no Rio e faz apelo por mais humanidade na segurança pública

2 dias atrás

A recente operação policial realizada no Rio de Janeiro, na última terça-feira, 28 de outubro, reacendeu um debate profundo sobre o conceito de segurança pública no Brasil. Com mais de 120 mortes registradas, a ação tornou-se a mais letal da história da cidade e provocou reações de diversos setores da sociedade. Entre as vozes que se manifestaram, destacou-se a do ator Lázaro Ramos, que utilizou suas redes sociais para refletir sobre as consequências humanas e sociais de operações conduzidas com tamanha violência.

Em sua publicação, Lázaro demonstrou indignação com o número de mortos e com o impacto direto da operação sobre as comunidades afetadas. Ele destacou as cenas de dor vividas por famílias que, sem informações oficiais, tentavam identificar os corpos de seus entes queridos. Para o ator, a tragédia ultrapassa as estatísticas e expõe a ausência de políticas públicas que garantam o direito à vida, especialmente nas regiões mais vulneráveis do Rio.

O artista fez questão de questionar a ideia de segurança propagada por alguns setores do poder público. Em suas palavras, “quando centenas de milhares de pessoas acordam com medo de morrer, isso não é segurança, é o oposto dela”. A frase, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais, ecoou como um apelo à empatia e à reflexão sobre o uso desproporcional da força policial em áreas periféricas.

A postura de Lázaro Ramos não foi isolada. Outros artistas e influenciadores também se manifestaram, denunciando o que consideram uma naturalização da violência contra a população pobre e negra. A operação, que mobilizou mais de 2,5 mil agentes das forças de segurança, foi justificada como uma ação de combate ao crime organizado, mas os números expressivos de mortos levantaram questionamentos sobre a proporcionalidade e a legitimidade da resposta do Estado.

A discussão ganha ainda mais relevância quando se observa o contexto de insegurança crônica vivido pelo Rio de Janeiro. As operações policiais se tornaram recorrentes, e, embora sejam apresentadas como medidas para restabelecer a ordem, muitas vezes resultam em tragédias que atingem inocentes e destroem comunidades inteiras. Para Lázaro Ramos, esse ciclo de violência precisa ser quebrado com urgência, por meio de políticas públicas baseadas na prevenção, educação e inclusão social.

O ator ressaltou que a segurança não deve ser medida pelo número de confrontos ou pela quantidade de apreensões, mas pela capacidade de o Estado oferecer dignidade e oportunidades. “Segurança é poder viver sem medo, é ter escola, trabalho, saúde e cultura”, destacou. Suas palavras foram amplamente compartilhadas e geraram um movimento de apoio nas redes sociais, com milhares de comentários e mensagens de solidariedade às vítimas da operação.

Além de denunciar o impacto imediato da violência, Lázaro também chamou atenção para os traumas deixados por essas ações. Crianças impedidas de ir à escola, moradores sitiados em suas próprias casas e famílias desfeitas compõem um cenário de medo e desamparo que, segundo ele, compromete o futuro de toda uma geração. A crítica do ator vai além da indignação momentânea: ela propõe uma reflexão sobre o papel do Estado e sobre como a sociedade brasileira enxerga a vida nas periferias.

A reação de parte da população também foi marcada pela polarização. Enquanto alguns defenderam a operação como uma resposta necessária ao avanço do crime organizado, outros se uniram às vozes que pedem o fim da letalidade policial e a construção de uma política de segurança baseada em direitos humanos. A fala de Lázaro Ramos, nesse contexto, surge como um contraponto importante, ao propor empatia e humanidade em meio ao discurso de confronto.

Especialistas em segurança pública reforçam o que o ator expressou em suas redes: que o combate ao crime precisa ser acompanhado de políticas sociais que ataquem as causas da violência. A ausência do Estado nas áreas mais pobres, somada à falta de oportunidades, cria um terreno fértil para o avanço do crime e perpetua o ciclo de repressão e sofrimento.

Ao se posicionar de forma firme, Lázaro Ramos não apenas deu voz a uma parcela da população que raramente é ouvida, mas também reafirmou seu papel como artista engajado nas questões sociais do país. Sua fala serviu como um convite ao diálogo e à revisão das práticas de segurança, lembrando que a paz verdadeira só será possível quando todos puderem viver sem medo — e quando o valor da vida estiver acima de qualquer política de guerra.


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