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A modelo catarinense e a filha foram encontradas mortas em um apartamento no RJ

11 horas atrás

A morte da modelo catarinense Lidiane Aline Lorenço, de 33 anos, e da filha, Miana Sophia Santos, de 15, continua despertando perplexidade e comoção em todo o país. As duas foram encontradas sem vida no apartamento em que moravam, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no último dia 9. O laudo oficial apontou intoxicação por monóxido de carbono como a causa das mortes, mas as circunstâncias em que tudo aconteceu e o desaparecimento de um cordão valioso e de algumas joias levantaram novas suspeitas, ampliando o mistério em torno da tragédia.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que busca esclarecer se houve negligência, crime ou falha técnica no sistema de gás do imóvel. O delegado responsável pelo inquérito, Neilson Nogueira, explicou que, durante o exame de necrópsia, foram observadas manchas vermelho-cereja na pele das vítimas, um dos sinais característicos da intoxicação por monóxido de carbono. O gás, que é inodoro e altamente tóxico, pode causar desmaio e morte em poucos minutos quando inalado em ambientes fechados.

Durante a perícia no apartamento, os técnicos identificaram irregularidades na instalação do aquecedor a gás, que estava dentro do banheiro — um erro grave segundo as normas de segurança. Também foi constatado vazamento no equipamento, o que teria provocado o acúmulo do gás no ambiente. Lidiane teria sido surpreendida durante o banho e foi encontrada sobre a cama com uma toalha no rosto, indicando que talvez tenha tentado se limpar ou se proteger instintivamente do cheiro ou do calor antes de perder os sentidos.

Os peritos afirmam que a intoxicação foi “silenciosa”, um tipo de tragédia que costuma acontecer sem sinais de alerta. O médico e gerente técnico do Samu, Alfredo Schmidt-Hebbel Busch, explicou que o monóxido de carbono se liga à hemoglobina e impede o transporte de oxigênio no sangue, o que faz a pessoa perder a consciência rapidamente. Ele destacou que esse tipo de ocorrência é comum em locais com má ventilação e equipamentos de gás instalados incorretamente.

Apesar do laudo confirmar a causa da morte, novas dúvidas surgiram quando familiares de Lidiane denunciaram o desaparecimento de joias e de um cordão de ouro avaliado em alto valor sentimental e financeiro. Segundo os advogados da família, José Orlando Senna e Rodrigo Moulin, a modelo foi vista usando o acessório pouco antes da tragédia, e ele não foi encontrado junto ao corpo. O sumiço, somado a supostas inconsistências nos documentos da inspeção de gás, reforçou a necessidade de uma investigação mais ampla.

A defesa da família anunciou que vai protocolar novos pedidos de informação junto à polícia, solicitando acesso integral ao inquérito, às imagens das câmeras de segurança do prédio e ao histórico da empresa responsável pela vistoria do sistema de gás. A empresa citada, Atos Gás Inspeção, é apontada como responsável por uma vistoria recente que, segundo os advogados, apresenta dados divergentes. O delegado Nogueira confirmou que essa linha de apuração será seguida para verificar eventuais responsabilidades civis ou criminais.

Lidiane morava no Rio de Janeiro há cerca de dez anos, onde trabalhava como modelo e mantinha uma vida discreta com a filha. Miana havia se mudado para o Rio há pouco mais de um ano para viver com a mãe e frequentava uma escola particular da região. As duas moravam em um apartamento de luxo no 11º andar de um prédio em frente à praia da Barra da Tijuca. Vizinhos afirmaram que não viam mãe e filha havia cinco dias antes da descoberta dos corpos, e que um cheiro forte no corredor motivou o chamado aos bombeiros.

O Corpo de Bombeiros encontrou o apartamento fechado por dentro e precisou forçar a entrada. As vítimas foram achadas já sem vida, e o ambiente apresentava sinais de calor e vazamento de gás. A notícia rapidamente se espalhou pelas redes sociais, e amigos da modelo lamentaram o ocorrido, descrevendo Lidiane como uma mulher gentil, reservada e extremamente dedicada à filha. Muitos ainda se dizem inconformados com a tragédia e pedem justiça e esclarecimento completo dos fatos.

Os corpos de Lidiane e Miana foram transladados para Santa Cecília, cidade natal da modelo no Meio-Oeste de Santa Catarina, onde o sepultamento aconteceu no dia 12 de outubro. A cerimônia foi marcada por forte comoção, reunindo familiares, amigos e moradores da cidade, que prestaram homenagens emocionadas nas redes sociais. Mensagens de carinho e indignação tomaram conta da internet, com pedidos para que o caso não seja tratado como um simples acidente doméstico até que todas as dúvidas sejam sanadas.

Enquanto as investigações prosseguem, a história de Lidiane e Miana continua mobilizando o país. A tragédia, que começou como uma suspeita de falha técnica, agora se entrelaça com a possibilidade de negligência e até crime, transformando um episódio de dor em um enigma que a polícia tenta decifrar. A morte silenciosa de mãe e filha e o mistério do cordão desaparecido deixaram uma marca de tristeza e indignação que ultrapassa fronteiras e reforça a urgência de medidas mais rigorosas de segurança e fiscalização em residências com sistemas de gás.


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