Em um mundo repleto de histórias fictícias de bravura, a realidade de Juliane Vieira surge como um farol de humanidade e sacrifício incondicional. Aos 28 anos, essa advogada paranaense transformou-se em ícone nacional ao se pendurar sobre uma caixa de ar-condicionado no 13º andar de um prédio em chamas, em Cascavel, para salvar sua mãe e seu primo de quatro anos. O incidente, ocorrido na manhã de 15 de outubro de 2025, chocou o país com imagens virais que capturaram o desespero e a determinação dela. Hoje, seis dias depois, Juliane permanece em uma batalha feroz pela sobrevivência, com queimaduras graves em 63% do corpo e complicações respiratórias decorrentes da inalação de fumaça. Seu estado é descrito como gravíssimo pelos médicos, e ela ainda não saiu da UTI, longe de qualquer perspectiva de alta iminente. Essa narrativa não é apenas de heroísmo, mas de resiliência em meio à dor, inspirando milhares em todo o Brasil.
O incêndio irrompeu por volta das 6h45 no bairro Country, possivelmente causado por um curto-circuito na cozinha ou sala, segundo perícia inicial em andamento. Juliane dormia em seu apartamento quando o alarme e a fumaça densa a acordaram, junto à mãe, Sueli Vieira dos Reis, de 51 anos, e ao pequeno Pietro, de quatro anos, filho de uma prima. As chamas se espalharam rapidamente, atingindo temperaturas acima de 800°C e bloqueando a saída pelo corredor. Sem hesitar, Juliane escapou pela janela e se equilibrou precariamente no suporte externo de um ar-condicionado do andar inferior, estendendo os braços para puxar primeiro o menino e depois a mãe para o apartamento vizinho. Vizinhos, acordados pelo caos, auxiliaram abrindo portas e oferecendo mãos, mas o risco de queda a 40 metros de altura pairava constante. Após o resgate, ela tentou retornar para itens pessoais, mas foi salva pelos bombeiros que chegaram em minutos, já desacordada pela intensidade do fogo.
O custo desse ato de amor foi devastador para Juliane. Inicialmente atendida no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), em Cascavel, ela foi diagnosticada com queimaduras de segundo e terceiro graus em 63% do corpo, afetando tronco, membros e vias aéreas. Entubada e sedada para combater a dor extrema e prevenir infecções, ela foi transferida em 17 de outubro por helicóptero para o Hospital Universitário de Londrina, referência em tratamento de queimados no estado. Lá, no Centro de Tratamento de Queimados, uma equipe multidisciplinar monitora seu quadro 24 horas, com risco de sepse ou falência múltipla de órgãos. O boletim médico de 20 de outubro confirma: estado gravíssimo e instável, sem sinais de melhora significativa até o momento. A recuperação, caso ocorra, demandará meses de enxertos de pele, fisioterapia e suporte psicológico, mas sua rotina anterior de crossfit e disciplina profissional alimenta esperanças entre familiares e amigos.
Não foram só Juliane as vítimas desse inferno flamejante. Sueli sofreu queimaduras graves no rosto, braços, pernas e inalou fumaça tóxica, permanecendo entubada na UTI do Hospital São Lucas, em Cascavel, mas com quadro estável e fora de risco imediato. Pietro, o menino resgatado primeiro, teve lesões mais leves no quadril, pernas e rosto, e foi transferido para um hospital pediátrico em Curitiba, onde se recupera bem sob observação. Dois bombeiros heróis também se feriram: o sargento Edemar Migliorini com 20% do corpo queimado, liberado em 18 de outubro para repouso domiciliar, e outro com lesões menores nas mãos, dispensado no mesmo dia. O Corpo de Bombeiros de Cascavel elogiou a operação rápida, mas alertou para os perigos de incêndios em prédios altos, destacando a importância de sistemas de detecção eficientes. Milagrosamente, o cachorro da família, um buldogue francês chamado Barthô, escapou ileso das chamas.
Juliane Suellem Vieira dos Reis não é apenas uma sobrevivente; ela é uma mulher de múltiplas camadas, cuja essência transborda em relatos de quem a conhece. Nascida e criada em Cascavel, atuou como advogada assistente na Secretaria de Segurança Pública do Paraná até 2022, quando foi exonerada pelo governador Ratinho Junior, e hoje exerce a profissão de forma independente. Apaixonada por crossfit, que moldou sua força física e mental, ela compartilhava treinos intensos no TikTok, além de ser flamenguista fervorosa e fã de Justin Bieber. Reservada, mas de coração generoso, amigos a descrevem como alguém cuja coragem no incêndio “resume perfeitamente quem ela é”. Solteira e dedicada à família, Juliane usava as redes para inspirar positividade, e agora, ironicamente, recebe uma onda de apoio similar de todo o país.
A repercussão do caso elevou Juliane a símbolo de bravura. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional a homenageou publicamente por seu “gesto de coragem e humanidade”, reforçando o orgulho da classe. Uma vaquinha online, lançada pela família para custear tratamentos, reconstrução do apartamento destruído e reabilitação, já arrecadou milhares de reais, impulsionada por doações de anônimos tocados pela história. Vizinhos do condomínio organizaram correntes de oração no pátio do prédio, e o Fantástico, do Grupo Globo, dedicou uma reportagem especial ao resgate, com depoimentos emocionantes. Matérias no UOL, G1 e SBT News viralizaram vídeos amadores do momento, gerando debates sobre segurança residencial e homenagens espontâneas nas redes sociais. Até o Domingo Espetacular exibiu uma peça detalhada, destacando o “ato heróico a 50 metros de altura”.
Enquanto o Brasil vela pela recuperação de Juliane, sua jornada nos confronta com a fragilidade e a grandeza da condição humana. Seis dias após o incêndio, ela segue na UTI de Londrina, sem saída à vista, mas com uma nação inteira enviando forças para que o instinto protetor que a levou às alturas agora a traga de volta à luz. Histórias como a dela nos recordam que o heroísmo cotidiano pode surgir do amor mais puro, custando caro, mas valendo eternamente. Para Sueli, Pietro e todos os envolvidos, que as chamas do passado deem lugar a um futuro de cura e gratidão. Juliane Vieira, sua coragem ecoa além das cinzas.





















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