Uma declaração feita neste sábado (18) pelo ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), causou grande repercussão nas redes sociais e reacendeu o debate sobre o atual estado de saúde e o futuro político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma publicação no X (antigo Twitter), Machado afirmou que o ex-chefe do Executivo “está morrendo aos poucos” e criticou aliados que, segundo ele, estariam mais preocupados com “o espólio político” do ex-presidente do que com sua recuperação.
O comentário, feito sem citar nomes diretamente, gerou comoção entre apoiadores e provocou reações de parlamentares ligados à direita. Gilson Machado, que foi um dos ministros mais próximos de Bolsonaro durante o governo, declarou que “as pessoas que se elegeram por sua causa deveriam parar de lutar pelo espólio de um homem que ainda está vivo”. A frase foi interpretada por muitos como um desabafo contra a divisão interna no grupo político bolsonarista, que enfrenta um período de incerteza desde que o ex-presidente passou a cumprir prisão domiciliar em Brasília.
Segundo pessoas próximas, Bolsonaro, de 70 anos, tem enfrentado problemas recorrentes de saúde nos últimos meses. Ele sofre com crises de soluço que o obrigaram a procurar atendimento médico em pelo menos três ocasiões recentes. As complicações seriam sequelas do atentado sofrido em Juiz de Fora (MG) durante a campanha presidencial de 2018, quando foi esfaqueado no abdômen. Desde então, o ex-presidente passou por diversas cirurgias e segue em acompanhamento médico contínuo.
A situação, porém, não é apenas física. Aliados afirmam que Bolsonaro tem enfrentado dificuldades emocionais desde que foi condenado e colocado em prisão domiciliar por decisões judiciais relacionadas à tentativa de interferência nas eleições de 2022 e aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Longe dos palanques e impedido de exercer atividades políticas, o ex-presidente estaria cada vez mais recluso, recebendo apenas familiares e alguns poucos aliados de confiança.
O desabafo de Gilson Machado também expõe o racha dentro do bolsonarismo. Com Bolsonaro afastado do cenário público, surgiram disputas internas por espaço e liderança dentro da direita. Nomes como Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Romeu Zema têm sido cotados como possíveis herdeiros políticos do ex-presidente, mas a falta de consenso tem enfraquecido o grupo. Ao mencionar o “espólio”, o ex-ministro deu voz a uma crítica velada àqueles que, em sua visão, estariam tentando capitalizar a imagem de Bolsonaro antes mesmo de seu afastamento definitivo da vida pública.
Nas redes sociais, a frase “Bolsonaro está morrendo aos poucos” rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados do dia. A postagem de Gilson Machado ultrapassou um milhão de visualizações em poucas horas, dividindo opiniões. Enquanto apoiadores do ex-presidente lamentaram a situação e enviaram mensagens de solidariedade, opositores reagiram com ironia, associando a fala a um suposto “fim político” do ex-presidente. Gilson, por sua vez, reforçou que sua intenção era “alertar os verdadeiros patriotas” sobre a necessidade de união e respeito ao legado de Bolsonaro.
Especialistas em comunicação política afirmam que a declaração pode marcar um novo momento na narrativa bolsonarista, deslocando o foco da liderança ativa de Bolsonaro para um discurso de “martírio” e “resistência”. Analistas avaliam que, mesmo afastado, o ex-presidente ainda exerce forte influência sobre parte do eleitorado conservador e pode continuar sendo um símbolo de oposição ao governo atual. Enquanto isso, a equipe médica que acompanha Bolsonaro não divulgou novos boletins, e o entorno do ex-presidente tenta conter rumores sobre o agravamento de sua saúde.
Em meio a incertezas, o futuro político de Jair Bolsonaro parece cada vez mais nebuloso. O desabafo de Gilson Machado, embora visto como uma manifestação de lealdade, expôs fragilidades internas e emocionais de um movimento que, por anos, se sustentou na figura central do ex-presidente. Se, de fato, Bolsonaro “está morrendo aos poucos”, como afirmou o ex-ministro, não se trata apenas de uma questão física — mas também de um lento e doloroso processo de perda de influência e poder, que redefine os rumos da direita brasileira.





















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