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Giovanna Lancellotti revela bastidores da cena de abuso em ‘Dona de Mim’

4 horas atrás

Na noite desta terça-feira, 23 de setembro de 2025, foi ao ar um dos episódios mais impactantes de Dona de Mim, novela exibida na faixa das 19h da Globo. A trama trouxe à tona um tema delicado e doloroso: o abuso sexual sofrido pela personagem de Giovanna Lancellotti. A cena, que comoveu o público, também marcou profundamente a atriz e toda a equipe de produção.

Em entrevista ao Gshow, Giovanna revelou os bastidores dessa sequência intensa, destacando o acolhimento que recebeu e a preparação especial que garantiu a realização da cena com sensibilidade e respeito. A atriz afirmou que, em diversos momentos, a carga emocional foi tão forte que até os profissionais nos bastidores se emocionaram. “Em muitas sequências a diretora chorou, em uma das cenas um menino pediu para sair. Quando ela (a personagem) chegou em casa, no chuveiro, foi muito difícil. Foi um dia que o set inteiro chorou”, relatou.

Apoio e acolhimento nos bastidores

Giovanna contou que a experiência foi desgastante e exigiu muito dela fisicamente e emocionalmente. Por isso, o suporte da equipe foi fundamental. “O corpo é um só e ele entra em um estado de demora para sair. Esse acolhimento, escuta e o abraço da equipe foi muito importante, me senti muito acolhida pela produção, direção e autores”, disse.

Ela destacou, em especial, o gesto de dois colegas de bastidores. “Entre uma cena e outra, o Gustavo, um dos figurinistas, e a Mônica, uma das camareiras, me deram um abraço e ficamos cerca de meia hora juntos, aos prantos”, completou. Para a atriz, a união e a empatia presentes no set foram essenciais para lidar com o peso do momento.

Preparação cuidadosa e consultoria especializada

Por se tratar de uma cena extremamente sensível, a produção optou por contar com o trabalho de Leonardo Lacca, preparador de elenco. Ele ajudou Giovanna a construir um “mapa emocional”, garantindo que ela conseguisse transitar entre as etapas da narrativa sem sofrer maiores danos. “As cenas foram intensas e trabalhar as transições, como um mapa emocional, garantiu que ela estivesse confortável”, explicou.

Além disso, houve a participação de uma consultora especializada, que acompanhou o desenvolvimento da sequência para assegurar que a abordagem fosse feita de forma responsável. Segundo Lacca, a ideia era evitar qualquer tipo de revitimização e, ao mesmo tempo, reforçar a importância do acolhimento às vítimas. “Essas cenas foram pensadas não apenas para retratar a violência, mas também transpor o acolhimento da vítima, evitando revitimizações e mostrar que é possível abordar esse tema com empatia, cuidado e profundidade.”

A visão da autora

A escritora Rosa Svartmann, responsável pela trama, também se pronunciou sobre a escolha de incluir o tema na novela. Para ela, a ficção pode cumprir um papel social importante ao trazer à tona problemas recorrentes no cotidiano. “A violência contra a mulher acontece na nossa sociedade, infelizmente. É um assunto recorrente no noticiário, o que reforça a relevância. Abordar temas difíceis e dolorosos na novela é um desafio e uma oportunidade”, afirmou.

Rosa ressaltou ainda que o objetivo da equipe foi provocar reflexão e conscientização, respeitando a diversidade da audiência e a classificação indicativa do horário. “Podemos assim propor uma reflexão sobre a nossa sociedade, personagens envolvidos nessas violências, repercussões, informar diferentes gerações desse problema e que cuidados podemos tomar. E vamos fazer isso respeitando a diversidade da audiência, a classificação indicativa e com o acompanhamento de consultores.”

A importância da representação responsável

Ao trazer o abuso sexual para a ficção, Dona de Mim reforça a necessidade de discutir abertamente a violência contra a mulher, um problema que persiste em todas as esferas sociais. A exibição da cena não se limita ao choque ou à denúncia; busca também evidenciar o processo de dor, acolhimento e reconstrução que muitas mulheres enfrentam na vida real.

A atuação de Giovanna Lancellotti, somada ao cuidado da direção e ao respaldo de consultores especializados, mostra que é possível retratar temas tão delicados sem sensacionalismo, mas com profundidade e responsabilidade. O resultado não apenas emocionou o público, como também sensibilizou aqueles que estavam por trás das câmeras.

Com isso, a novela reafirma o papel da arte como ferramenta de transformação social, capaz de dar visibilidade a problemas estruturais e, ao mesmo tempo, estimular diálogos que contribuam para a construção de uma sociedade mais consciente e empática.

 


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